terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Nova prestação das "Odes a Maximin"


"Eu contive o nome do meu amor e o repetia sozinha, calada.
Como anseio por espaços abertos onde o possa ouvir gritado."
--- ‘Ulayya bint al-Mahdī (777-825), poeta e princesa do Califado Abássida.



Escondo de todos teu nome, Maximin,
tal qual ‘Ulayya bint al-Mahdī, proibida
de sequer dizer o nome de Ṭall, o khādim
que amava, silenciou do al-Baqarah
numa leitura o versículo que continha
a palavra. Ṭall, que é também orvalho.
Onde estará agora o generoso califa
que ao ouvir sobre tal zelo de beata
profana, comoveu-se de sua proibição
e a ‘Ulayya doou seu amado khādim?
Quem há-de me conceder meu Maximin
por esta minha concupiscência calada
mas, em permuta, fazendo de mim
servo e de Maximin príncipe abássida?


Ricardo Domeneck, Berlim, 26 de janeiro de 2015, inédito para as Odes a Maximin.

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