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Encontramo-nos com Walter Gam e Felipe Nepomuceno, que chegaram mais tarde, e em breve partimos para o Bar Balcão, onde aos poucos os amigos e colegas começaram a chegar. Revi meus caros Érico Nogueira e Dirceu Villa. Reencontrei Chacal, que vira pela última vez em 2006, quando nos apresentamos em Buenos Aires no mesmo festival. Também revi Roberto Zular, que eu conhecera há poucas semanas em Berlim, onde conversamos muito sobre poesia e oralidade, sobre as ideias do escritor Eduardo Viveiros de Castro e suas implicações, sobre Paul Zumthor, sobre Wally Salomão, etc. Conheci alguns poetas de minha idade, de quem já conhecia parte do trabalho, como Fabrício Corsaletti, Paulo Ferraz e Rui Camargo. Conheci Marçal Aquino. Revi Ana Rüsche e ganhei de Andréa Catrópa um exemplar de seu bonito Mergulho às avessas (2008); de Maiara Gouveia, seu Pleno deserto (2009). Havia muita gente legal, é sempre difícil mencionar uns e não todos.
Vendemos todos os exemplares da Modo de Usar que trouxemos do Rio, inclusive os de alguns colaboradores que não apareceram no lançamento. Do Rio, Daniel Chomsky manda avisar: já se esgotaram por lá os exemplares. Primeira leva de 100 exemplares do segundo número esgotou-se em menos de uma semana. Estamos felizes e gratos. Mas a revista está muito bonita também.
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With a little help from my friends
No dia seguinte, pude rever e passar um tempinho com alguns de meus grandes, gigantescos amigos de tempos paulistanos. Como foi bom revê-los, saber de suas últimas agruras e aventuras, pessoas que me apoiaram e sustiveram em épocas difíceis. Meus queridos Jorge Wakabara, Lígia Borges, Verônica Veloso, Roberto Borges, Talita Denardi, Felipe Gutierrez, Adelaide Ivánova. Tantos não pude ver, pela falta de tempo.
Quando nos conhecemos, éramos estudantes universitários, alguns de filosofia, outros de artes cênicas, cinema, jornalismo e publicidade. Encontrávamos no já lendário "O Sobrado", uma casa na Vila Madalena, caindo aos pedaços, onde vários de nós viveram em momentos de pobreza financeira, desgraça emocional e pindaíba amorosa. Alguém foi chutado do emprego? Buscava asilo n´O Sobrado. Alguém foi chutado pelo marido? Asilo n´O Sobrado. Naquela casa escrevi grande parte do meu primeiro livro, Carta aos anfíbios.
Cada um seguiu seu caminho.
Foi emocionante ver como sobrevivemos a toda sorte de catástrofe e seguimos com nossos sonhos e projetos. Um estava no país para lançar seu terceiro livro. Outro havia acabado de voltar de Paris, onde fizera assistência de direção em uma ópera. Outra precisava correr para o SESC Pompéia, onde estava dirigindo sua nova peça, baseada em texto de Clarice Lispector. Outro ia para a Rede Globo, onde apresentava um dos programas de jornalismo mais conceituados do momento. Outro seguia sendo um dos mais interessantes jornalistas de moda da cidade. Outra andava expondo sua fotografia por galerias e revistas do mundo todo.
Esta viagem tem sido maravilhosa.
Estou em Bebedouro agora, onde nasci, no interior de São Paulo. Deixo vocês com uma matéria da MTV sobre a peça "O disfarce do ovo", com encenação de minha querida Verônica Veloso, que fala um pouco sobre o trabalho. Com Verônica, fiz parte do grupo de pesquisa das técnicas do coreógrafo mineiro Klauss Vianna (1928 - 1992), que foi importantíssimo em minha formação. Hoje, Verônica Veloso comanda o Coletivo Teatro Dodecafônico.
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2 comentários:
ricardo, meu xará, ainda rumino suas letras. sou lento nesse ofício. foi grande prazer te rever. e não esquecio da conversa do myspace. passando as festas que me levam novamente ao rio, te envio alguns mp3. eu tenho já alguma pouquissima e insignificante coisa lá no my. bjo, ch.
vou dizer a mesma coisa que madonna disse quando voltou à argentina, em 2008: "nunca mais vou passar tanto tempo sem vir aqui".
hahahahaha
boa volta
:*
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