quinta-feira, 6 de novembro de 2008

A leve, aérea esperança, aérea, pois não!

Rondó do Capitão

Bão balalão,
Senhor capitão,
Tirai este peso
Do meu coração.
Não é de tristeza,
Não é de aflição
É só de esperança,
Senhor capitão!
A leve esperança,
A aérea esperança...
Aérea, pois não!
- Peso mais pesado
Não existe não.
Ah, livrai-me dele,
Senhor capitão!

(Manuel Bandeira)


Entre terça-feira e a manhã de quarta, passamos horas diante de uma tela de TV, aguardando resultados, experimentando entre amigos este momento muito, muito bonito em que os americanos, ridicularizados e detestados por 8 anos por terem "cometido" George W. Bush, dão este passo corajoso, democrático, correto. Há duas semanas, eu ainda acreditava ser muito difícil ver Barack Obama na presidência dos Estados Unidos, mas quando sua vitória surgiu no horizonte, contemplei com uma alegria imensa a forma como os americanos entregaram-se a um instante de esperança, não ingênua, mas aquela delicadíssima esperança que se equilibra no possível.

Esta semana, o país que foi às urnas foi aquele que podemos e devemos respeitar, o país onde nasceram Henry David Thoreau, Gertrude Stein, Miles Davis, John Cage, Patti Smith, entre tantos outros.

A eleição de Barack Obama mostra que passos coletivos ainda são possíveis, e que talvez possamos salvar este planeta, que segue caminhando para a devastação completa por corporaçoes que poluiriam até nossa saliva, se tivessem acesso a ela.

Um comentário:

Anônimo disse...

lindo texto...fc

Arquivo do blog