sexta-feira, 3 de julho de 2009
Dimitri Rebello e a canção que me salvou o oxigênio numa manhã de chuva em São Paulo
(Dimitri BR, "Mercado Negro", pague seus pecados / ou então culpe a sorte [para ricardo domeneck e rafael mantovani])
Meu querido Dimitri, segue sendo um dos seus melhores poemas. As lembranças inundaram, como a chuva daquela manhã em São Paulo. Vou ouvir isso sem parar nos próximos dias. A canção está aqui, não é porque você ma dedicou, mas porque você sabe a importância que ela tem para mim, ela me ajudou muito naquele momento delirante por que passava quando você a tocou e cantou pela primeira vez. Assim como o poema da holotúria, da Wislawa Szymborska, mostrou-me o caminho fora da catástrofe; assim como os versos do Creeley: "let light / as air / be relief" foram mantra por alguns meses; essa canção salvou-me o oxigênio nas guelras naquela manhã de chuva, num canto de São Paulo. Quando penso em você, lembro-me sempre e ainda e ainda e sempre daquela noite em que caminhávamos para a sua casa, conversando, quando fomos assaltados e tudo o que você tinha no bolso era o livro Encontro às cegas, da nossa querida Marília (Garcia), e o assaltante o arrancou do seu bolso e você gritou "Devolve isso já, cara!" e o rapaz mal sabia o que fazer com aquilo, um livro de poemas (!!!) e o devolveu, sem jeito, quase pedindo desculpas por tentar nos assaltar, e nós seguimos conversando, como se nenhuma faca pudesse ter cortado pele alguma naquela noite.
§
Para quem não conhece o trabalho de DIMITRI BR, acompanhe seu projeto DIAHUM, em que apresenta uma video-canção original no dia 1 de cada mês.
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3 comentários:
Ricardo,
dando sinal de vida...
fiquei impressionado com a canção, bem como com a vídeo-montagem. enfim, estou num turbilhão por aqui tb, 3 monografias e muito esforço por solapar os ideais de auto-exigência a fim de se impor um pouco de pragmaticidade para cumprir os prazos, sempre eles, os prazos. depois do dia 6 entro de férias e conversamos.
Gde abraço!
Caro Luiz,
quando a rotina permitir, vamos retomar aquela conversa.
Beijo
Domeneck
querido ricardo,
adorei ler este teu texto, foi catártico também para mim. estamos em tudo: em são paulo, nas holotúrias (morrer somente o necessário)... lembranças de uma vida anfíbia.
essa imagem do assalto poético é mesmo muito forte (numa "noite em que caminhávamos para sua casa" - minha casa - e era minha e era em são paulo!).
aquele instante de suspensão, nós quatro parados numa esquina - eu, você e os dois rapazes - e aquele objeto improvável, não catalogado, a arder nas mãos do aspirante a ladrão.
(isso é que é "encontro às cegas".)
fico feliz que esteja tudo isso dentro da minha música, também. a música é um receptáculo de capacidade ilimitada e infinito poder de transporte; quando a gente faz ela já vem recheada, mas a partir daí - se tudo der certo - só faz armazenar mais e mais.
e pode presentificar o que nela investimos infinitas vezes, no instante em que quisermos.
enfim! tá cedo aqui, então estou com sono; gracias pela publicação e pelas palavras, feliz aniversário, ricardo!
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