domingo, 5 de julho de 2009

Sábados e domingos

Brindei-me ontem com a oportunidade de estar presente à leitura e debate de Rosmarie Waldrop na Akademie der Künste, durante o Festival de Poesia de Berlim, tendo a chance de finalmente conhecê-la pessoalmente. O trabalho de Waldrop teve um impacto muito grande sobre minha est-É-tica, desde que a descobri no livro Lawn of Excluded Middle, que você pode ler AAQQUUII. Desde então, leio tudo o que encontro, como o maravilhoso Reproduction of Profiles (NY: New Directions, 1987), o Reluctant Gravities (NY: New Directions, 1999) e aquele que comprei ontem no festival e passei o dia lendo: Blindsight (NY: New Directions, 2004). Ela tem sido muito generosa comigo desde que, cheio de temor e respeito, primeiro a contactei, trocando alguns textos, e permitindo-me publicar sua tradução para poemas de Ulf Stolterfoht em minha Hilda Magazine. Tive a honra de ter minha série "Six Songs of Causality" publicada ao lado de poemas seus na revista eletrônica Green Integer Review, editada por Douglas Messerli, em 2007. Tenho traduzido seus poemas e trabalho no momento em seu texto "Thinking of follows", para o segundo número impresso da Modo de Usar & Co.. Considero-a um dos mais importantes poetas vivos da língua inglesa.

A leitura foi, infelizmente, bastante curta. Na verdade, tratava-se de um debate sobre e entre poetas que emigram e assumem um novo país, um novo contexto, uma nova língua. Para isso, Rosmarie Waldrop, que nasceu na Alemanha em 1935 e emigrou para os Estados Unidos com 23 anos, leu capítulos de seu livro A Key Into the Language of America (NY: New Directions, 1994), traduzido para o alemão pela poeta Elke Erb e publicado por aqui em edição bilíngue. No livro, Waldrop descreve o processo de imersão em uma nova lingua e cultura, tomando como base o trabalho homônimo de Roger Williams (1603 - 1683), o primeiro estudo em inglês de uma língua e cultura indígenas, da tribo Narragansett, que fala a língua conhecida como Algonquin. Você pode ouvir Rosmarie Waldrop lendo trechos deste livro AAQQUUII. Do debate e da leitura também participou o jovem poeta americano Christian Hawkey (n. 1969), que vive há anos entre Nova Iorque e Berlim, junto de seu tradutor para o alemão, o poeta Steffen Popp (n. 1978). Tudo fez parte do USA Day no festival, promovido pela Embaixada Americana no 4 de julho.


(Christian Hawkey lê alguns de seus poemas)

Após jantar com amigos na própria Akademie der Künste (Academia das artes), entramos todos para a performance de Edwin Torres e Saul Williams. Escrevo a respeito em um outro momento. Ainda estou digerindo a coisa toda.


(Edwin Torres em performance)

Hoje à noite, discoteco no encerramento do Festival.

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