quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Aspergir Espargir

Em fastio.

Se é para a saciedade geral da ração quem de todos.

Pontilhado por pausas.

Diga ao povo que durmo.

Está em sítio a cidade em Jericó não se guarda o sétimo dia.

Intercalam feriados os quartos de hora.

Construída a cama com algodão dos aliados ferro dos inimigos.

Bebe a água o sal o corpo doa generoso se lhe obriga a estação.

Boca adentro no tecido do colchão a espuma.

Que apóie o estrado a ilusão da estase.

Provendo ao provisório.

Obrigação da pele impedir que me esparrame entre quatro paredes.

Que o corpo não produza açúcar para o soro fisiológico em suor do sono.

Aninhados nos próprios cabelos aquecidos pelos pelos.

Nunca dizem não.

Bale ao lado o bode expiatório de cada dívida as ovelhas silenciam.

Com um sim apenas cuprimenta-se a manhã não é educada.

Anui o ânus cabe à boca a parcela dos pedaços.

Unhas dedilham o teclado das costelas as amígdalas o canal do Panamá.

Reúnem-se as células sobreviventes na praça central do estômago a rir das mortas.

Antes de migrarem com mala e cura o mal na cuia para a garganta.

O café espera até que o ar da cozinha roube-lhe o calor não a xícara.

"Sempre confiei na bondade dos desconhecidos."

O Vietnã não é aqui.

2 comentários:

gilson figueiredo disse...

salve domeneck! ainda há poesia para a mistica - ao modo da re-ligação de cada Poeta - nesse mundo pós-cristão...

Ricardo Domeneck disse...

Gilson,

interessante que você tenha visto tais características neste texto. Acho que esta obsessão perpassa todo o meu trabalho.

Abraço,

Domeneck

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