quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

1. Artigo de Érico Nogueira na Terra Magazine sobre meu trabalho | 2. Max Hattler na Hilda Magazine | 3. A morte de Maria Schneider

1. Artigo de Érico Nogueira na Terra Magazine sobre meu trabalho.


O poeta paulista Érico Nogueira, autor de O Livro de Scardanelli (2008) e Dois (2010), iniciou hoje uma série de "Perfis" de poetas contemporâneos em sua coluna de poesia na revista do provedor Terra, dirigida por Bob Fernandes. Trata-se de um artigo generoso, e deixo com os leitores a conclusão se ele está ou não certo sobre as asserções que ali faz. De qualquer forma, não posto o link para o artigo aqui apenas porque ele inicia a série com a minha poesia, mas porque me parece também muito interessante que um poeta como ele, versado nos clássicos e que, até há pouco, usava o espaço da coluna para discutir autores como Horácio e Leopardi, volte-se agora também para a poesia contemporânea. É muito bom para o debate, para as trocas, para os diálogos. No ano passado ele escreveu sobre alguns poetas em seu blogue e imagino que ele retornará aos nomes que já discutiu, mas espero também que ele nos surpreenda com novos nomes.

No artigo, Érico reproduz meu poema "Enfim aurora-me na cachola", uma de minhas odes mezzo pornográficas, mas também minha grande pledge of allegiance à poética de Caio Valério Catulo, um dos quatro pilares clássicos para o meu pensamento crítico e poético. Os outros três são os gregos Safo de Lesbos e Calímaco de Cirene, e o latino Marco Valério Marcial, poetas que figuram lá no topo do meu paideuma pessoal.


Perfis: Ricardo Domeneck, por Érico Nogueira


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2. Max Hattler na Hilda Magazine.


Já mencionei o trabalho do artista visual Max Hattler aqui. Esta semana, alguns de seus vídeos estão no topo da página principal da Hilda Magazine. Aos que não o conhecem, recomendo muito o trabalho deste alemão radicado em Londres, que consegue conjugar o abstrato e o figurativo em animações de alta carga política.


Max Hattler na Hilda Magazine

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3. A morte de Maria Schneider


A atriz francesa Maria Schneider morreu hoje em Paris. Como homenagem à moça de cara redonda e juba encaracolada, fui à locadora do bairro e aluguei dois de meus filmes prediletos protagonizados por ela: Last Tango in Paris (Bernardo Bertolucci, 1972) e The Passenger (Michelangelo Antonioni, 1975) --- (Nota mental: escrever algum dia um artigo sobre o monólogo da personagem de Marlon Brando no quarto em que jazia sua mulher morta - aquela cena é simplesmente magistral, assim como sobre a famosa cena da manteiga e suas blasfêmias contra a família católica).

O Último Tango em Paris é, em minha opinão, a melhor coisa que Bernardo Bertolucci fez em sua vida. O filme não envelheceu e continua potentíssimo quase 40 anos depois. Bertolucci tem, obviamente, outros filmes bons e competentes. Mas é difícil imaginar que se trata do mesmo diretor que fez The Dreamers (2003), que para mim vale mais ou apenas pela beleza verazmente onírica dos três atores principais, Michael Pitt, Louis Garrel e Eva Green. Enfim, não estamos falando de Bertolucci, mas daquela que emprestou sua beleza enlouquecida para Bertolucci no gigantesco e maravilhoso Último Tango em Paris e a Antonioni no também excelente The Passenger. Descanse em paz, moça.



Trailer para Last Tango In Paris (1972)


Trailer para The Passenger (1975)


Só uma pergunta me ocorreu: quantos homens heterossexuais adentraram ou tiveram uma recaída em sua crise de meia-idade hoje, no exato segundo em que ouviram sobre a morte de Maria Schneider.

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