domingo, 7 de dezembro de 2008

Grupal parece gostoso

Sim, parece ser produtivo. É. Como já disse Ron Silliman: "poetry is community", e há uma diferença gigantesca entre comunidade e máfia. Poeta aprende rápido a viver, sabe que lenda é para depois. Entre os que se liam uns aos outros e os que trocavam outros fluidos além de tinta, algumas das histórias mais divertidas e influentes da poesia do século passado foram concebidas entre amigos. Poesia e coterie andam de mãos dadas há muito tempo. Precisamos pensar sobre a poesia, sua produção e recepção sem delírios imperiais. Pensar, talvez, até mesmo no que há de certo e errado em ter alguns poucos leitores e dedicar-se a eles. Sem delírios totalitários. Engraçado imaginar que a era digital esteja talvez quebrando as ilusoes de totalidade dos séculos XVIII e XIX, como o cargo ridiculamente provinciano do "poeta nacional", o único coroável, adorável, salve, salve. "Era no tempo do rei" ou "Era no tempo de Bandeira/Drummond/Cabral" são intercambiáveis (eu teria votado em Murilo Mendes, de qualquer forma) para os historiadores das hegemonias literárias e os poetas que anseiam por láureas e cargos em secretarias de educação e cultura de governos municipais estaduais federais. Eu prefiro viver agora com alguns companheiros. Há, sim, comunidades de poetas em atividade hoje. A lenda é para depois.

Abaixo, algumas comunidades de poetas, pequenas coteries (sem os seus poucos fiéis primeiros leitores) que mais tarde se tornariam história totalitária.

§§§

CABARET VOLTAIRE



ACMEÍSTAS



FUTURISTAS RUSSOS




SURREALISTAS



GRUPO (GENERACIÓN) DEL 27




LETTRISTES



NOIGANDRES




BLACK MOUNTAIN POETS





NEOCONCRETOS



BEATS






SITUACIONISTAS






GRUPO DE VIENA




NEW YORK SCHOOL





TROPICALISTAS



Um comentário:

Angélica Freitas disse...

impressionante todas essas fotos juntas.

muito obrigada.

Arquivo do blog