Descoberta de Antínoo, Delfos, 1893
No ano passado, escrevi um poema que terminava com um "eu juro que juro que esta é a última vez que te canto", querendo que fosse o último texto jogado no colo d´O Moço. Depois disso, ainda acabei escrevendo mais uns três ou quatro. Mas chega uma hora em que qualquer poeta, até dos mais obcecados, precisa dar um basta na sua Beatrice, especialmente quando ela anda doando apenas beatices. Foi então que eu pensei num certo filantropo que aparece aqui em casa de vez em quando, e decidi celebrá-lo. Como não posso revelar o nome, chamei-o de Maximin, numa das minhas acanhadas tentativas de participar da melhor tradição do culto a Antínoo. Para quem não conhece, "Maximin" foi o Antínoo de Stefan George. Esta é a primeira das "Odes a Maximin", publicada hoje na revista portuguesa Enfermaria 6. Há quatro já. Planejo dez. Elas virão precedidas por esse textículo de exórdio:
Ora
cansei-me d´O Moço,
há o tempo de bajular
e o tempo de escorraçar
os fantasmas
dos natais passados
para permitir-me
deixar-me encurralar
por outros
e dessarte inicio
esta celebração
do bendito
menino filantropo
que passo a chamar
de Maximin.
E abaixo, a primeira delas. Grato a Tatiana Faia por acolher minhas baboseiras em sua ótima revista. E grato a Victor Heringer por me mostrar a foto acima.
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