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terça-feira, 9 de agosto de 2011

Com um livro de Simone Weil a tiracolo no sol e na chuva



Nesta tarde volto a você, grato e assustado com seus textos cheios daquela forma de claridade que me lembra as palavras de Orides Fontela, "a lucidez alucina", com uma calma estranha no corpo, enquanto bolsas de valores beiram o colapso, protestos em Londres e Santiago explodem em violência, ando aqui com meus próprios pés pelas ruas desta cidade que não se decide entre verão e inverno, mas os investidores da bolsa de valores do meu tórax não acreditam em crash algum, as palavras de Juliana de Norwich rodopiam na minha cabeçoila, "...all shall be well, and all shall be well, and all manner of thing shall be well", misturando-se com aquelas tuas outras palavras, grevista da fome, aquela tua crença de que "toda separação é um vínculo", e as holotúrias no poema de Szymborska continuam se dividindo para se salvarem, e as holotúrias no mar continuam também dividindo-se, o sol bate bem forte na minha cara pouco antes da chuva e sussurro ao mundo que ainda estou apaixonado e fecho os olhos e digo um sim alto, constrangendo os transeuntes.


"Um homem cuja mente sinta estar prisioneira preferirá ocultar o fato de si mesmo. Mas se ele odeia a falsidade, ele não o fará; e nesse caso, terá de sofrer muito. Ele baterá sua cabeça contra a parede até desmaiar. Ele voltará lá novamente e olhará com terror para a parede, até que um dia recomece a bater sua cabeça contra ela; e mais uma vez ele vai desmaiar. E assim por diante, sem fim e sem esperança. Um dia ele vai acordar do outro lado da parede." - Simone Weil (1909 - 1943)





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