sábado, 28 de junho de 2008
Good company on Christopher Street Day
(Frank O´Hara)
(Pier Paolo Pasolini)
(Allen Ginsberg)
(Roberto Piva)
(Severo Sarduy)
(Federico García Lorca)
(Roland Barthes)
terça-feira, 24 de junho de 2008
o tal de voco do verbo visual
Falar sobre a tal separação entre poesia e música, oralidade e escrita, que teria ocorrido gradual e irreversivelmente após o desaparecimento das estruturas sociais da cultura do amor cortês, manifestando-se nas cortes occitanas (provençais e catalãs) dos séculos XI ao XIII (tempo em que a poesia ainda era uma manifestação comunitária), é moeda corrente e aceita no mercado literário, ainda que uma reflexão sobre suas "causeqüências" possa levar-nos a uma tateante conclusão-tentativa em forma de ensaio, de que tal assertiva não faz muito sentido, especialmente no Brasil, onde a poesia oral resistiu e frutificou-se mesmo em meio a uma cultura oficial que privilegiava tão-somente a manifestação poética que almejava à Literatura, este fenômeno recente na História dos humanos, que se impôs com força entre os séculos XVI e XVIII, gerando o que nós hoje chamamos de Poesia/Literatura na virada do século XVIII/XIX, ainda que se fale a respeito dela como se fosse a noção que Homero e Safo tinham da poesia.
Assim, ainda que nosso primeiro grande poeta, o senhor Gregório de Matos, ainda pudera experimentar esta união, instaurou-se com força entre nós a noção literária neo-clássica do século XVIII em diante, que tentou separar escrita e oralidade, poesia e música, em parâmetros deturpados que aqueles humanos do tal de "Renascenso" de séculos atrás acreditavam serem "valores clássicos", sem, no entanto, o embasamento e conhecimento históricos, etnográficos e lingüísticos que nós hoje temos do contexto sócio-cultural da Antigüidade. Ainda hoje, estes "parâmetros clássicos" são guiados por racismo e colonialismo ao discutirem a relação entre escrita e oralidade, sem entenderem as constriçoes específicas de cada uma como manifestação poética, privilegiando a escrita (e, assim, a Literatura), e impedindo-nos de conhecer em sua pluralidade tanto a nossa poesia como a de outras culturas e épocas.
É com alegria que podemos observar a maneira como alguns poetas brasileiros estão passando a aproveitar-se da era digital para retornarem a um trabalho pluralista com a poesia, experimentando com vídeo e poesia sonora, gravando leituras e performances, colaborando com músicos profissionais. Nada há de "vanguardismo" neste fenômeno, mas do testemunhar do nascimento de suportes tecnológicos que permitem ao poeta RETORNAR a características dormentes do fazer poético. Num país que nunca deixou de contar com excelentes trovadores e poetas-compositores (Noel Rosa, Cartola, Tom Jobim, Itamar Assumpção, Walter Franco, etc), é muito saudável que poetas-escritores também experimentem com a possibilidade de ver a poesia como algo mais que uma franquia da Literatura.
Insisto: poesia não é uma parte da literatura, mas é a literatura que é apenas uma parte da poesia. Quem achar que isso é picuinha, sugiro que medite por pelo menos alguns segundos sobre as implicaçoes desta idéia.
No pós-guerra, quando uma série de poetas internacionais retomaram as pesquisas sonoras, fonéticas, orais do início do século XX (ligando-o em arco aos muitos séculos e áreas da História e Geografia da Poesia), tivemos no Brasil as experiências de Augusto de Campos:
(Augusto de Campos: "Cidade City Cité")
Após o surgimento dos movimentos brasileiros de retomada das vanguardas, houve as intervençoes do poeta brasileiro Philadelpho Menezes (1960 - 2000), que se entregara a um trabalho de divulgação do conceito de polipoesia, iniciado por Enzo Minarelli, e que teve um papel muito importante na abertura de picadas na mata-literária brasileira, recebendo sobre si muitos dos ataques inevitáveis do início de todo processo que, para apagar fronteiras, muitas vezes tem que cavar trincheiras:
(Philadelpho Menezes, "Poema Não Música")
Durante a década de 90, o nome mais associado a esta pluralidade poética foi o de Arnaldo Antunes, que possui hoje um dos mais consistentes conjuntos de obra em obras da poesia brasileira contemporânea. Seu trabalho visual e sonoro é (junto, talvez, com o de André Vallias e Lenora de Barros, mais eminentemente visual/digital, e o de Ricardo Aleixo) a maior referência internacional da poesia experimental brasileira, em parte por seu papel e projeção como "músico":
(Arnaldo Antunes, "O Mar")
Ricardo Aleixo é o poeta que mais tem se dedicado a este processo pluralizante da poesia no país. Enquanto Arnaldo Antunes se fez "praticante" desta pluralidade, publicando livros e preparando vídeos e peças sonoras, Aleixo parece assumir uma responsabilidade até mesmo educacional-interventora no quadro, e a polipoesia/pluripoesia/poesia-sonora passou a contar hoje com o trabalho impecável de divulgação, experimentação e difusão do poeta belorizontino:
(Ricardo Aleixo, "Real irreal")
Entre os mais jovens, esta pluralidade e pesquisa sonora tem aportado de várias maneiras. Assim como o trabalho sonoro transita por um par de "Ricardos" (Ricardo Chacal e Ricardo Aleixo, após os quais me incluo com humildade), há hoje o trabalho sonoro e visual, respectivamente, de dois "Marcelos": Marcelo Sahea e Marcelo Noah, além do trabalho em vídeo, congregando o visual e o sonoro, de Henrique Dídimo.
O trânsito entre oralidade e escrita conta ainda com aqueles que nos últimos tempos passaram a participar cada vez mais ativamente de leituras públicas de seus trabalhos escritos, assim como passaram a colaborar com músicos para a oralização de seus poemas. O caso mais recente foi o da poeta carioca Marília Garcia, que colaborou com o compostior Rodolfo Caesar para a oralização/sonorização de seu texto "Aquário". Levando o conceito de "walkman/flaneur/viajante" de seu livro "20 poemas para o seu walkman" a outras implicaçoes, Marília Garcia e Rodolfo Caesar caminharam pelas ruas do Rio de Janeiro, enquanto a poeta oralizava seu texto e o compositor captava os sons do ambiente-rua carioca: ônibus, carros, pessoas, mais tarde retrabalhando estas sonoridades:
(Marília Garcia e Rodolfo Caesar, "Aquário")
Esta não é uma tentativa de estabelecer nomes para um possível cânone da poesia sonora brasileira. É feito no espírito de abertura e pluralização, à espera e esperança de conhecer mais e mais poetas plurais no Brasil. Há, certamente, outros poetas trabalhando nestas águas. Esta postagem nao se quer "exaustiva", completa, "totalitária". É permeada por exemplos consistentes, incitando à pesquisa das outras vozes espalhadas entre o Oiapoque e o Chuí. O/A poeta brasileiro/a precisa encontrar sua voz, mas não no sentido que se dá à expressão, de encontrar seu "estilo de escrita", ou seja, sua maneira própria de obliterar a própria voz. Há que se encontrar a VOZ, aquela que soa.
Estes não são os únicos nem últimos, e esta frase é mais que apenas um desejo ou uma profecia.
Assim, ainda que nosso primeiro grande poeta, o senhor Gregório de Matos, ainda pudera experimentar esta união, instaurou-se com força entre nós a noção literária neo-clássica do século XVIII em diante, que tentou separar escrita e oralidade, poesia e música, em parâmetros deturpados que aqueles humanos do tal de "Renascenso" de séculos atrás acreditavam serem "valores clássicos", sem, no entanto, o embasamento e conhecimento históricos, etnográficos e lingüísticos que nós hoje temos do contexto sócio-cultural da Antigüidade. Ainda hoje, estes "parâmetros clássicos" são guiados por racismo e colonialismo ao discutirem a relação entre escrita e oralidade, sem entenderem as constriçoes específicas de cada uma como manifestação poética, privilegiando a escrita (e, assim, a Literatura), e impedindo-nos de conhecer em sua pluralidade tanto a nossa poesia como a de outras culturas e épocas.
É com alegria que podemos observar a maneira como alguns poetas brasileiros estão passando a aproveitar-se da era digital para retornarem a um trabalho pluralista com a poesia, experimentando com vídeo e poesia sonora, gravando leituras e performances, colaborando com músicos profissionais. Nada há de "vanguardismo" neste fenômeno, mas do testemunhar do nascimento de suportes tecnológicos que permitem ao poeta RETORNAR a características dormentes do fazer poético. Num país que nunca deixou de contar com excelentes trovadores e poetas-compositores (Noel Rosa, Cartola, Tom Jobim, Itamar Assumpção, Walter Franco, etc), é muito saudável que poetas-escritores também experimentem com a possibilidade de ver a poesia como algo mais que uma franquia da Literatura.
Insisto: poesia não é uma parte da literatura, mas é a literatura que é apenas uma parte da poesia. Quem achar que isso é picuinha, sugiro que medite por pelo menos alguns segundos sobre as implicaçoes desta idéia.
No pós-guerra, quando uma série de poetas internacionais retomaram as pesquisas sonoras, fonéticas, orais do início do século XX (ligando-o em arco aos muitos séculos e áreas da História e Geografia da Poesia), tivemos no Brasil as experiências de Augusto de Campos:
(Augusto de Campos: "Cidade City Cité")
Após o surgimento dos movimentos brasileiros de retomada das vanguardas, houve as intervençoes do poeta brasileiro Philadelpho Menezes (1960 - 2000), que se entregara a um trabalho de divulgação do conceito de polipoesia, iniciado por Enzo Minarelli, e que teve um papel muito importante na abertura de picadas na mata-literária brasileira, recebendo sobre si muitos dos ataques inevitáveis do início de todo processo que, para apagar fronteiras, muitas vezes tem que cavar trincheiras:
(Philadelpho Menezes, "Poema Não Música")
Durante a década de 90, o nome mais associado a esta pluralidade poética foi o de Arnaldo Antunes, que possui hoje um dos mais consistentes conjuntos de obra em obras da poesia brasileira contemporânea. Seu trabalho visual e sonoro é (junto, talvez, com o de André Vallias e Lenora de Barros, mais eminentemente visual/digital, e o de Ricardo Aleixo) a maior referência internacional da poesia experimental brasileira, em parte por seu papel e projeção como "músico":
(Arnaldo Antunes, "O Mar")
Ricardo Aleixo é o poeta que mais tem se dedicado a este processo pluralizante da poesia no país. Enquanto Arnaldo Antunes se fez "praticante" desta pluralidade, publicando livros e preparando vídeos e peças sonoras, Aleixo parece assumir uma responsabilidade até mesmo educacional-interventora no quadro, e a polipoesia/pluripoesia/poesia-sonora passou a contar hoje com o trabalho impecável de divulgação, experimentação e difusão do poeta belorizontino:
Real irreal from ricardo aleixo on Vimeo.
(Ricardo Aleixo, "Real irreal")
Entre os mais jovens, esta pluralidade e pesquisa sonora tem aportado de várias maneiras. Assim como o trabalho sonoro transita por um par de "Ricardos" (Ricardo Chacal e Ricardo Aleixo, após os quais me incluo com humildade), há hoje o trabalho sonoro e visual, respectivamente, de dois "Marcelos": Marcelo Sahea e Marcelo Noah, além do trabalho em vídeo, congregando o visual e o sonoro, de Henrique Dídimo.
O trânsito entre oralidade e escrita conta ainda com aqueles que nos últimos tempos passaram a participar cada vez mais ativamente de leituras públicas de seus trabalhos escritos, assim como passaram a colaborar com músicos para a oralização de seus poemas. O caso mais recente foi o da poeta carioca Marília Garcia, que colaborou com o compostior Rodolfo Caesar para a oralização/sonorização de seu texto "Aquário". Levando o conceito de "walkman/flaneur/viajante" de seu livro "20 poemas para o seu walkman" a outras implicaçoes, Marília Garcia e Rodolfo Caesar caminharam pelas ruas do Rio de Janeiro, enquanto a poeta oralizava seu texto e o compositor captava os sons do ambiente-rua carioca: ônibus, carros, pessoas, mais tarde retrabalhando estas sonoridades:
(Marília Garcia e Rodolfo Caesar, "Aquário")
Esta não é uma tentativa de estabelecer nomes para um possível cânone da poesia sonora brasileira. É feito no espírito de abertura e pluralização, à espera e esperança de conhecer mais e mais poetas plurais no Brasil. Há, certamente, outros poetas trabalhando nestas águas. Esta postagem nao se quer "exaustiva", completa, "totalitária". É permeada por exemplos consistentes, incitando à pesquisa das outras vozes espalhadas entre o Oiapoque e o Chuí. O/A poeta brasileiro/a precisa encontrar sua voz, mas não no sentido que se dá à expressão, de encontrar seu "estilo de escrita", ou seja, sua maneira própria de obliterar a própria voz. Há que se encontrar a VOZ, aquela que soa.
Estes não são os únicos nem últimos, e esta frase é mais que apenas um desejo ou uma profecia.
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Four poems / Quatro poemas: Jack Spicer
Thing Language
This ocean, humiliating in its disguises
Tougher than anything.
No one listens to poetry. The ocean
Does not mean to be listened to. A drop
Or crash of water. It means
Nothing.
It
Is bread and butter
Pepper and salt. The death
That young men hope for. Aimlessly
It pounds the shore. White and aimless signals. No
One listens to poetry.
Língua Coisa
Este oceano, humilhante em seus disfarces
Resiste a tudo.
Ninguém sintoniza na poesia. O oceano
Emite ondas para a sintonia de ninguém. Gota
Ou tromba d´água. Omite
Significados.
É
Manteiga e pão
Pimenta e sal. A morte
Que os jovens almejam. Sem mira
Alveja as margens. Sinais sem mira, alvos. Ninguém
Sintoniza na poesia.
(tradução de Ricardo Domeneck)
A Red Wheelbarrow
Rest and look at this goddamned wheelbarrow. Whatever
It is. Dogs and crocodiles, sunlamps. Not
For their significance.
For their significant. For being human
The signs escape you. You, who aren’t very bright
Are a signal for them. Not,
I mean, the dogs and crocodiles, sunlamps. Not
Their significance.
Uma Carriola Vermelha
Relaxe e olhe esta maldita carriola. O que quer
Que seja. Cães e crocodilos, refletores. Não
Por seu significado.
Por seu significante. Por ser humano
Os signos elidem você. Você, nada brilhante,
É um sinal para eles. Não,
Eu assino, os cães e crocodilos, refletores. Não
Seu significado.
(tradução de Ricardo Domeneck)
Pieces of the past arising out of the rubble. Which evokes Eliot
and then evokes Suspicion. Ghosts all of them. Doers of no
good.
The past around us is deeper than.
Present events defy us, the past
Has no such scruples. No funeral processions for him. He died
in agony. The cock under the thumb.
Rest us as corpses
We poets
Vain words.
For a funeral (as I live and breathe and speak)
Of good
And impossible
Dimensions.
Pedaços do passado ascendem dos escombros. O que evoca Eliot
e então evoca Desconfiança. Fantasmas todos eles. Fazendo nada
que preste.
Nosso passado em redor é mais profundo que.
Fatos presentes desafiam-nos, o passado
sem tais escrúpulos. Nenhuma pompa fúnebre para ele. Ele morreu
agonizando. A rola sob o dedo.
Acomoda-nos como cadáveres
Nós poetas
Verbo vazio.
Por um enterro (enquanto falo e vivo e respiro)
Em dimensões
Justas
E impossíveis.
(tradução de Ricardo Domeneck)
For Mac.
A dead starfish on a beach
He has five branches
Representing the five senses
Representing the jokes we did not tell each other
Call the earth flat
Call other people human
But let the creature lie
Flat upon our senses
Like a love
Prefigured in the sea
That died
And went to water
All the oceans
Of emotion. All the oceans of emotion
Are full of such fish
Why
Is this dead one of such importance?
Para Mac.
Estrela-do-mar morta numa praia
Com seus cinco braços
Representando os cinco sentidos
Representando as piadas que não contamos um ao outro
Chame a terra de chão
Chame as pessoas de humanas
Mas deixe a criatura estirada
No chão dos nossos sentidos
Como um amor
Prefigurado no mar
Que morreu
E foi à água
Todos os oceanos
De emoções. Todos os oceanos de emoções
Estão cheios de tais estrelas
Por que
Esta que está morta teria tamanha importância?
(tradução de Ricardo Domeneck)
Jack Spicer (1925 – 1965)
Jack Spicer nasceu em 1925, em Los Angeles, e é freqüentemente associado aos grupos e movimentos poéticos ativos na Califórnia entre o final da década de 40 e o início dos anos 60. Entre 1945 e 1955, Spicer estudou na Universidade de Berkeley, onde conheceu os poetas Robert Duncan e Robin Blaser. O trio se tornaria o núcleo do grupo que ficou conhecido e passou a ser chamado de Berkeley Renaissance. Spicer, Blaser e Duncan estariam entre os primeiros poetas norte-americanos a fazerem de sua homossexualidade uma manifestação de combatividade poética. Por volta desta época, Spicer escreve suas “Imaginary Elegies”, que seriam publicadas na mais famosa antologia de jovens poetas da história dos Estados Unidos, a New American Poetry, editada por Donald Allen, em que aparecem (alguns ainda inéditos) os jovens que viriam a dominar o debate poético do país nas próximas décadas, como John Ashbery, Robert Creeley, Charles Olson, Frank O´Hara, Allen Ginsberg e Larry Eigner, entre outros. Os grupos californianos, porém, eram bastante
fluidos e flexíveis, com poetas freqüentando outras paragens sem grandes problemas nas trincheiras e fronteiras. Spicer, por exemplo, foi um dos fundadores da Six Gallery, onde em 1955 foi lido pela primiera vez o poema “Howl” de Allen Ginsberg, no evento chamado de “Six Poets at the Six Gallery”, com os jovens Jack Kerouac e Lawrence Ferlinghetti na platéia, e que ficaria conhecido como um dos marcos de nascimento da Beat Generation e ainda do que foi chamado de San Francisco Renaissance. A partir de 1956, Spicer passa a trabalhar em seus poemas-em-série, declarando não mais acreditar em poemas que tentam fazer sozinhos todo o trabalho, isolados em uma página, sem dialogar com os outros poemas do livro, numa revolta de certa forma parecida com a de João Cabral de Melo Neto, contra o que o poeta brasileiro via como livros-armazéns-de-poemas-avulsos.
Neste ano de 56, surgem os primeiros poemas de After Lorca, em que Spicer pela primeira vez trabalha com o conceito de « poetry as dictation », conceito que ele viria a elaborar em suas lendárias palestras de Vancouver. Sua preocupação poético-lingüística faz dele um importante precursor e iniciador da est(É)tica do grupo de autores da década de 70/80 em torno da revista L=A=N=G=U=A=G=E. Jack Spicer morreu aos 40 anos em decorrência de seu alcoolismo. Suas últimas palavras (ditas a Robin Blaser) teriam sido : « My vocabulary did this to me. »
terça-feira, 17 de junho de 2008
Poetics of reenactment / Poética da reconstituição
On June 13th, 1978 THE CRAMPS gave a historical concert at the Napa State Mental Hospital in California. No dia 13 de junho de 1978, THE CRAMPS ofereceram um concerto no Hospício Estadual de Napa, na Califórnia. THE CRAMPS: Lux Interior (born Erick Purkhiser) and Poison Ivy (born Kristy Wallace).
The artists Iain Forsyth and Jane Pollard reenacted the concert in a thrive to discuss liveness, history and performance in their video "File under sacred music". Os artistas Iain Forsyth e Jane Pollard reconstituíram o concerto em um desejo de discutir performance, história e o conceito do "ao vivo" em seu vídeo "Arquive como música sagrada". The musicians are/ Os músicos são Holly Golightly, Bruce Brand, John Gibbs and Nick Knox. The lead singer invited was Alfonso Pinto.
History, performance.
History, discourse.
History
where the microphone is,
where the typewriter is.
Trans-histeria. Ganhar
na base do grito. Estas
atas são fictícias.
Qualquer semelhança
com os fatos
é mera reincidência.
The artists Iain Forsyth and Jane Pollard reenacted the concert in a thrive to discuss liveness, history and performance in their video "File under sacred music". Os artistas Iain Forsyth e Jane Pollard reconstituíram o concerto em um desejo de discutir performance, história e o conceito do "ao vivo" em seu vídeo "Arquive como música sagrada". The musicians are/ Os músicos são Holly Golightly, Bruce Brand, John Gibbs and Nick Knox. The lead singer invited was Alfonso Pinto.
History, performance.
History, discourse.
History
where the microphone is,
where the typewriter is.
Trans-histeria. Ganhar
na base do grito. Estas
atas são fictícias.
Qualquer semelhança
com os fatos
é mera reincidência.
sábado, 14 de junho de 2008
terça-feira, 10 de junho de 2008
segunda-feira, 9 de junho de 2008
Smash homophobia
On Saturday night, June 7th, a group of 7 homosexual women was attacked in Berlin, in the Kreuzberg area. They had just left SO36, (the now legendary gay club founded by Martin Kippenberger and others), when a group of men jumped out of 3 cars and attacked them on Heinrichplatz. The cars had stickers with the logo of the neonazi group known as Grauen Wölfe. One of the girls had to be taken to the hospital due to the bleeding.
There will be a demonstration tonight, beginning at 7pm, walking from Mariannenplatz.
*Demo 9. Juni 2008
Smash Homophobia!
Treffpunkt 19:00 Uhr
Mariannenplatz
There will be a demonstration tonight, beginning at 7pm, walking from Mariannenplatz.
*Demo 9. Juni 2008
Smash Homophobia!
Treffpunkt 19:00 Uhr
Mariannenplatz
quarta-feira, 4 de junho de 2008
scat singing/puirt a beul/popmusic/sound poetry
(Bernard Heidsieck: sound poetry or just poetry?)
(Ella Fitzgerald: scat singing or sound poetry?)
(Elizabeth Fraser: pop music or puirt a beul?)
(Henri Chopin: performance or body poetry?)
(Bob Dylan: modern poet or medieval troubadour?)
Are there always only two options? Four? Pluralistic unities?
segunda-feira, 2 de junho de 2008
In love with Arthur Russell (1952 - 1992)
(trailer for Matt Wolf´s documentary on Arthur Russell)
(Arthur Russell: "This is how we walk on the moon")
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