quarta-feira, 26 de junho de 2013

Porque a luta contra o macho-alfa é internacional



Como é internacional a luta contra o macho-alfa e hoje nós aqui nas trincheiras tivemos uma vitória no Texas, ao lado da senadora Wendy Davis, comemorei traduzindo um poema de Meridel Le Sueur.


Meridel Le Sueur (1900 - 1996)



Meridel Le Sueur foi uma poeta, escritora, ativista e feminista norte-americana, nascida em Murray, Iowa, a 22 de fevereiro de 1900. Fez parte do Movimento Proletário norte-americano dos anos 30 e 40, e muitos de seus textos são vistos como precursores do Movimento Feminista dos anos 60/70, como seu importante ensaio "Women on the Breadlines" (1932), sobre a situação das mulheres durante a Grande Depressão advinda da Crise da Bolsa de Valores de 1929. Publicou ainda os romances The Girl (1939) e North Star Country (1945). Em seu volume de poemas Rites of Ancient Ripening, Meridel Le Sueur escreveu sua mitopoética matriarcal. Foi uma precursora de poetas como Audre Lorde (1934 - 1992) e Adrienne Rich (1929 - 2012), com quem pode ser vista na foto abaixo:


O poema traduzido aqui foi extraído de seu livro acima mencionado, Rites of Ancient Ripening. Logo abaixo, o início de um documentário sobre a autora. Nestes tempos de violência e ataques aos direitos das mulheres em todo o mundo, pela horda dos machos-alfa no poder, é importante lembrarmo-nos e retornar a poetas como Meridel Le Sueur. E também a Emily Dickinson, e Lorine Niedecker, e Forough Farrokhzād, e Patrícia Galvão, e mais, e mais.






POEMA DE MERIDEL LE SUEUR

Oferece-me refúgio

Meu povo da campina é meu lar
Pássaro eu volto em voo a seus seios.
Fluindo para fora de todo espaço em exílio
Elas oferecem-me refúgio
Para morrer e ressuscitar em sua
floração sazonal.
Meu alimento seus seios
ordenhados pelo vento
para dentro de minha faminta boca urbana.

(tradução de Ricardo Domeneck)

:

Offer me refuge

My prairie people are my home
Bird I return flying to their breasts.
Waving out of all exiled space
They offer me refuge
To die and be resurrected in their
seasonal flowering.
My food their breasts
milked by wind
Into my starving city mouth.

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