Os cinco dedos de cada mão do menino do bóson-bosão
[poema]
deus está morto
não é culpa sua
meu pai está morto
não é culpa sua
a república está morta
não é culpa sua
não é culpa sua
que arrasto a carcaça
até a sua cama
como se este fosse
um ato heroico
sei que pareço exigir
ressarcimento
ao chegar a seu quarto
com as mãos
espalmadas e vazias
mas eu juro
que esta noite basta
um colchão comum
um travesseiro comum
uma coberta comum
um calor qualquer
compartilhado
como se compartilha
um deus
um pai
uma república
§
berlim, 21 de março de 2016
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