domingo, 17 de janeiro de 2010

Lhasa de Sela silencia e perdemos outro poeta lírico


Ela morreu no primeiro dia do ano. Desde então sua voz ressoa com seus poemas líricos nos meus ouvidos, dia após dia. Trilha sonora das trilhas na neve, inverno calamitoso no Berlimbo. Com um câncer no seio silencia-se outra poeta lírica, ou um daqueles que chamo de poetas "multimídiavais" ou "multimedievais", os herdeiros dos trovadores, os que seguiram cantando enquanto a atenção estava toda voltada para os que escreviam e publicavam na página. Morta quando o ano mal existia.

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Lhasa de Sela (1972 - 2010) nasceu na cidade de Big Indian, no estado de Nova Iorque. Passou a infância viajando com os pais pelos Estados Unidos e México, até fixar residência em Montreal, no Canadá. Em 1998, ela lançou seu álbum de estreia, intitulado La llorona, com poemas líricos da tradição mexicana e também originais seus. Este álbum seria seguido de outros dois, The living road (2003) e Lhasa (2009).

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Lhasa de Sela,
segue para o seio

de Safo de Lesbos,
seguimos na espera

se formos dignos
ao fim, por fim.








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