Ossos de Ricardo III, expostos após confirmação genética.
Ao meu xará corcunda
“Now is the winter of our discontent
Made glorious summer by this son of York”
Shakespeare
Morte estende-se humilhante e dura,
se começa nos campos de Bosworth,
em batalha, termina com arqueólogos,
a um da casa de York e/ou corcunda.
Planta precede concreto, Plantagenet,
e, do reino, restam indícios genéticos.
Auden disse, de Yeats, que ao poeta
virar seus admiradores é o que resta.
Mesmo a um rei tudo que se reserva,
pior, é transformar-se nos detratores.
Jamais saberemos se vilão de Tudors
ou só psicopata ordinário, frequência
dos regentes da época, e hodiernos.
Confesso, em Shakespeare, odiar-te
é um prazer imenso, torcer que reino
não valha cavalo, ou sequer um jegue.
Mas, eis teus ossos, Ricardo Terceiro.
Enfim iguais: naquilo que nos sobeja,
ainda que murmures, tal qual Heine,
"Quem dera fossem os teus, Ricardo"
Ricardo Domeneck, Berlim, madrugada de 05 de fevereiro de 2013.
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