Os primeiros a me falarem sobre Victor Heringer foram Marília Garcia e Dimitri Rebello. Algum tempo depois, o próprio jovem poeta cortesmente enviou-me seu livro Automatógrafo (Rio de Janeiro: 7Letras, 2011) para terras berlimbosas e viemos a publicar seu inédito "Alérgico ma non troppo" no terceiro número impresso da Modo de Usar & Co.. Quando pude finalmente dedicar uma leitura mais atenta ao livro, encontrei nele um poeta de imaginação, inteligência e o tipo de humor que me atrai, com poemas que pareciam engajar-me, como nos poetas contemporâneos brasileiros que mais me alegram, naquilo que Pound chamava de "conversation between intelligent men" - um ato de generosidade de tais poetas. No Rio de Janeiro no mês passado, tive o prazer de conhecer o poeta, que é além de tudo um cavalheiro, e Marília Garcia e eu preparamos um vídeo para a Modo de Usar & Co. em que ele vocaliza alguns de seus textos. Este vídeo e outros do próprio Heringer, assim como vários poemas, podem ser vistos/lidos/escutados na franquia eletrônica de nossa revista, encimados por um texto de apresentação meu em que, como era de se esperar, o leio a partir das minhas obsessões talvez, mas tentando apenas, com minhas parcas capacidades, simplesmente apontar para o que me alegra em seu trabalho. Perdoem minha miopia (a velha ideologia da percepção de que já falei) e leiam apenas a poesia de Victor Heringer. Quanto às sereias da catástrofe que dizem que não há bons poetas no Brasil, ora, segurem-se em suas cadeiras de balanço do cânone com unhas e dentaduras.
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