quinta-feira, 31 de maio de 2012

Uma noite no Boiler Room e uma citação de Mark von Schlegell, de uma conversa com Daniel Kane, na revista "The Happy Hypocrite"

Ontem ocorreu a décima edição berlinense do Boiler Room. Meus amigos Anika e Obi Blanche fizeram uma discotecagem genial de abertura, antes de A Guy Called Gerald, Sandwell District, Session Victim e Silent Servant tomarem as mesas.


Estava lá com alguns amigos antigos e novos. Depois de um par de horas na sessão de discotecagens e concertos, saí com duas destas amigas recentes. Fomos a um boteco e começamos a nos entupir de vinho tinto. Conversamos muito sobre as hesitações e a impulsividade no momento da criação. Elas, reclamando de suas hesitações. Eu, de minha impulsividade. Uma delas, a poeta e artista visual irlandesa Doireann O. Malley, disse que gostaria que eu lesse um texto de Yve Lomax e me emprestou o quarto número da revista The Happy Hypocrite: A rather large weapon, editada por Maria Fusco. O texto de Lomax, baseando-se em Foucault e Agamben, intitula-se "To become an author (Necessity)" e é realmente interessante, tocando nos pontos de nossa conversa sobre hesitações, impulsividade. Mas, dentro da revista, foi de uma conversa entre os escritores Daniel Kane e Mark von Schlegell que retirei a citação abaixo, que gostaria de compartilhar com vocês. Quem fala é o norte-americano von Schlegell:


"I notice in the poetry world a new debate about the meaning of `hybrid´ poetry: the arguments seem to involve a kind of poetry which works different styles into it. I mean, the idea that a poem can contain competing `styles´ within itself and is therefore something new and exciting reveals not so much that there´s something new going on in poetry but that the poetry `scene´ is so closed-off from the other arts that it actually believes a mash-up of obscure 20th century poetic styles is a cause for hosannas. It´s not an accident that Richard Serra, Marcel Broodthaers, Dan Graham all started out as poets. This was around 1965. Contemporary art is way beyond poetry in its use of the hybrid, involving itself directly as it does with actually different genera of cultural production like architecture, music, even poetry. But that said, and to get back to your earlier point about why I portray `art´ and `poetry´ in a less than stellar light within my work, I would add that most of the art world is similarly provincial when perceived from the poetry sphere. The art world claims practically every day to have discovered self-publishing, critical theory and the chap book. Lyricism is courted without poetics. I wouldn´t be surprised if people in that world read Walt Whitman soon."

.
.
.

Nenhum comentário:

Arquivo do blog