segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Cantiquim de butiquim pra flautim e tamborim

tem louco pra tudim
nesse mundim
mas não pra mim
não pra mim
nem um louco bem chinfrim
bem chinfrim
que só goste só de mim
só de mim

não tem que ser boa pinta
nem ter aí muita cifra
nem trabalho lá no INCRA
nem ir à Zooropa de turista

desde que só cuide só de mim
só de mim
quando me der uns Atchim!
e até me bote uns chifrim
mas só chame só a mim
de amorzim, curumim, benzim

eu teu vira-lata e tu meu mastim

e entre buritis seja meu bacurim
sem passado e futuro, só ínterim
e venha aguar o meu xaxim
ereto feito um anajá-mirim

e se na cama for ruim
está muito bem assim
se me der uns beijim
enquanto dura o ruim

um louco só pra mim
todim pra mim
que se nutra de Toddyim
às cinco da matin
com a cabeçona sobre mim
quando me falhar um rim

tu meu Zumbi e eu teu zumbi

e que fique assim
coladim em mim
feito um micuim
tolere faniquito e farnizim
me permita ser seu coxim
me implore paizim e mãinha
me chame de meu pinguim
ou da cozinha grite assim:
aprochegue-se mais de mim,
my Maria Antonieta d´Alkmim,
vem cá ser meu Diadorim.

ai meu edi
pros cinicozim e estoiquim 
traz o padê o kibe e o pudim
vem ser meu erê meu aquiri
mesmo se for barbie
mesmo se for boyzim
pode ser cafuçu ou hippie
se beber comigo uns otim
quando eu estiver tristim
porque já ando nefertite
e mal enxergo do zóím

e meio esquimó no friozim
me dê carícias de fucim
e aí me leve ao jardim
onde comeremos só quindim
onde tocaremos só chorim
onde cantaremos tim-tim por tim-tim
este cantiquim
pra flautim e tamborim
lá no butiquim
onde é o zé povim
que se cobre de baldaquim
onde passam os viadim
mas só eu sou sua putim

e o diminutivo será nosso Latim

ai, aí, assim
num mundo sem Putin
nem El Clarín
sem Vélodrome d´Hiver
nem Vichy
sem sinusite
nem Sin City
sem Sajmište
nem Mussolini
sem Sabra e Shatila
nem 37 em Nanking
sem Votorantim
nem Eikes Batistas
sem polícias e milícias
nem cristãs, nem judias, nem muslim
nunca mais outro e mais outro gurufim
e a floresta de Katyn
dê só flor e maruim

esse poema eu sei é bem bobim
e você já está me achando naïve
mas não quero torre de marfim
eu quero é torresmo e amendoim

porque é de Tendre o meu Pays

e digo então a esse Édenzim
vem ni mim
que eu tô facim
pode vim
lá em Póvoa do Varzim
ou no Benim

onde ele só me diga sim e sim e sim
e eu sussurre enfim, enfim

§

Rio de Janeiro, setembro de 2013.

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