quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Concílio Filológico do Império: Arquivo 22890.12 F: "Literatura da Era Pré-Cataclísmica". Catálogo: Vita 3.987 f.1.g8. Indivíduo: Ricardo Domeneck.




VITA

Ricardo Domeneck, também conhecido como Ricardo de Aparecida. Acredita-se ter sido o nome de sua mãe. Outra teoria possível é que tenha sido concebido na municipalidade pré-cataclísmica de Aparecida, no território então conhecido como "Estado de São Paulo" da Antiga República (Nota manuscrita à margem: menção à Antiga República passa a ser: proibida. Lei 2.347, do Segundo Ano do Reinado de Nosso Senhor Luiz Ignatius VII e sua Consorte a Rainha Katiabreu III).

No Manuscrito Sobrevivente 239f, ou Pergaminho das Sobras, textos atribuídos ao indivíduo no Manuscrito Sobrevivente 175g, ou Coda de Frangalhos são descritos como sendo de certo Ricardo de Bebedouro, do que se infere ter possivelmente nascido na municipalidade pré-cataclísmica de Bebedouro, no mesmo território: "Estado de São Paulo" da Antiga República. Isso tem dado força à teoria de que a alcunha "Ricardo de Aparecida" seria uma referência à sua progenitora. Não foi possível confirmar tais informações. Documentos pessoais crê-se tenham perecido no Segundo Grande Incêndio.

Sua obra extant consiste de   2   ( dois ) textos completos e  1  ( um ) fragmento. No entanto, uma linhagem de filólogos, especialistas nos anos imediatamente anteriores à Era Cataclísmica, afirma ser impossível estabelecer ao certo se os textos estão completos, devido ao caráter fragmentário da escrita da época. Nenhuma notação musical sobrevive. Alguns críticos têm disso inferido a possibilidade de que tenha pertencido à Escola dos Poetas Mudos, popularizada nos três últimos séculos do Pré-Cataclismo. 



INFORMAÇÕES TANATOGRÁFICAS


Acredita-se que tenha sobrevivido à Catástrofe Primordial. Alguns registros o localizam na região serrana do Rio de Janeiro, após a evacuação da cidade durante o Maremoto Gradual que assoberbou a costa (cf. "Ano do Degelo Consumado"), e mais tarde nas escarpas abruptas do Planalto Central à época do Primeiro Grande Incêndio. Mencionado em crônica (cf. "Catálogo da Literatura Pré-Cataclísmica - Crônicas da Evacuação": autoria: indivíduo 13839.87 G) entre os sobreviventes do período popularmente conhecido como "Cerrado em Chamas", no primeiro quinquênio da Segunda Guerra Migratória (nota: Ano de Extinção dos Povos Primordiais da Antiga República). 

Último registro confiável são evidências fotográficas durante a Queda de Brasília (Registro histórico cf. "Destruição da Capital da Antiga República"). Informações subsequentes tornam-se escassas e não confiáveis. Nenhum registro posterior ao Segundo Grande Incêndio.




PARA USO OFICIAL

Sentença avaliatória 

Publicação, recirculação, ensino e leitura expressamente proibidos pelo Concílio Filológico do Império. Textos denunciam que o autor seria praticante de atos sexuais ilícitos, possuidor de veleidades democráticas e de inclinações republicanas, todas vulgarmente comuns no Pré-Cataclismo

                           Declarado (  ) legível.
                                              (X) ilegível sob pena de (X) encarceramento.
                                                                                           (   ) morte.


§

Recomendação do Concílio Filológico do Império



Damnatio memoriae.



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Avaliação da Cátedra Humanística 


Sua Santidade Marcus Felicianus XII recomenda a "Fogueira Fora das Portas" como destino para o Pergaminho das Sobras como um todo, e excisões extensas à Coda de Frangalhos.



STATUS LITERÁRIO-RELIGIOSO

Anathema.

§


Observações adicionais:


Foto do indivíduo anexada ao "Pergaminho das Sobras", catalogada como pertencente a praticante alemão de alcunha: 


Jakob Ganslmeier

sobrevivente da Catástrofe Primordial.


Recomendação de destino à evidência fotográfica: 

 (  )  Arquivação.
(  ) Reciclagem.
(X) Incineração.


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