Mais dois poemas para as 'Odes a Maximin'. Se você tem o livro, sinta-se à vontade para manuscrever estes no volume. Se não o tem, ora, está na hora de comprá-lo para aquela amiga assanhada nesse Natal.
EXORTAÇÃO A MAXIMIN PARA QUE NÃO SEJA SÁDICO FEITO O CUPIDO
Maximin, larga desse látego.
Dá-nos um só bom exemplo
para que o cupido fanático
derrube por algumas horas
o arco e flecha de brinquedo.
Dê paz aos tolos do planeta.
Olha o estado dessa carcaça,
alvo para treino de arqueiros.
Tudo lateja. Põe o teu dedo
numa dessas minhas feridas
que fulgem como lantejoulas.
Faz como Tomé fez a Cristo.
Aproxima tua pele de azulejo,
move os teus dedos grossos
como troncos de peroba-rosa
e aperta aqui. Não é chacra,
é minha doença de mil chagas.
Não aquela do bicho-barbeiro.
A que causas, bicho barbado.
*
TEXTO NO QUAL O POETA INTERPELA MAXIMIN COMO ABŪ NUWĀS NA CAÇA À RAPOSA
Vez tanta, Maximin, tu me escapas.
De novo, de novo, e de novo.
Te rodeio pelas ruas como vira-lata
à espera de carne sem ossos.
Te sobrevoo como pássaro na mata
à espera da páscoa em ovos.
Mas na noite em que já me inflamava,
gozo em Gomorra qual o fogo.
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