terça-feira, 17 de agosto de 2010

O filme mais recente de Jacques Audiard

Eu estava pensando comigo mesmo hoje e percebi que, comparado com a atenção que eu dedico a isso em minha vida, neste espaço eu acabo escrevendo muito muito pouco sobre cinema, arte sem a qual eu já teria enlouquecido. Entre minhas visitas aos cinemas de Berlim onde é possível assistir a filmes no original (os alemães têm o hábito irritante de dublar TODOS os filmes, em quase TODOS os cinemas) e minhas passagens diárias pela videolocadora do bairro, o cinema ocupa uma parte considerável (gigantesca, na verdade) do meu tempo. Cinéfilo? Sempre achei a palavra meio boba, pretenciosa até o último grau. Acho muito mais simpática a expressão movie buff.

Todo este preâmbulo (quem lê este espaço sabe que não consigo evitá-los) apenas para comentar aqui sobre um dos filmes mais impressionantes a que assisti ultimamente. Creio, na verdade, que se trata do melhor filme que vi este ano: o trabalho mais recente do francês Jacques Audiard (n. 1952), que ganhou a Palma de Ouro em Cannes no ano passado, chamado Un prophète (2009), com o excelente, brilhante e lindo ator franco-argelino Tahar Rahim (n. 1981). Além dele, o filme mostra mais uma atuação mais que genial de Niels Arestrup (n. 1949).




Ambientado em uma prisão francesa, o filme é muito mais que outro "filme de prisão", mas uma pesquisa impressionante sobre as relações raciais entre franceses e árabes, assim como as complexas noções de identidade entre argelinos e córsicos, com suas relações tumultuosas com a França. O filme é brilhante e eu o recomendo muitíssimo a vocês.

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