quarta-feira, 24 de setembro de 2008

"Eunoia" - Christian Bök

Páginas e leituras do livro Eunoia (2001), de Christian Bök:


(Página inicial do Capítulo A de Eunoia)

Chapter A of Eunoia - Christian Bok

(Leitura de Christian Bök para o Capítulo A de Eunoia)

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(Página inicial do capítulo E de Eunoia)

Chapter E of Eunoia - Christian Bok
(Leitura de Christian Bök para o Capítulo E de Eunoia)

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(Página inicial do capítulo I de Eunoia)

Chapter I of Eunoia - Christian Bok
(Leitura de Christian Bök para o capítulo I de Eunoia)

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(Página inicial do capítulo O de Eunoia)

Chapter O of Eunoia - Christian Bok
(Leitura de Christian Bök para o capítulo O de Eunoia)

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(Página inicial do Capítulo U de Eunoia)

Chapter U of Eunoia - Christian Bok
(Leitura de Christian Bök para o capítulo U de Eunoia)

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Christian Bök nasceu em Toronto, no Canadá, em 1966. Faz parte da comunidade poética que abrigou poetas experimentais como bpNichol (1944 - 1988) - uma figura que assume na poesia canadense um papel parecido com o de Paulo Leminski na brasileira, Steve MacCaffery e bill bissett nas décadas de 70/80 e hoje conta ainda com outros investigadores e instigadores como W. Mark Sutherland e Nobuo Kubota. Christian Bök é professor na Universidade de Calgary.

Sua estréia em livro deu-se em 1994, com o volume Chrytallography, que ele chama de "pataphysical encyclopedia". Também poeta-performer, seu trabalho espraia-se pela poesia sonora, apresentando-se em vários festivais de poesia experimental do hemisfério norte, muitas vezes oralizando poemas fonéticos de dadaístas como Hugo Ball e Kurt Schwitters, e pela poesia visual.


("Ubu The First", poema visual de Christian Bök)

Seus textos muitas vezes mostram-se como fronteiras que unem mais do que separam tendências distintas. Se alguns textos são compostos sob a imposição de técnicas e procedimentos bastante rígidos e precisos, o que o aproxima da poesia conceitual de John Cage, Joseph Kosuth ou Kenneth Goldsmith, o humor exuberante de sua personalidade de performer aproxima-o de figuras como Kathy Acker e dos poetas flarfistas atuais, como Michael Magee e K. Silem Mohammad.


(Leitura de Christian Bök em Toronto, 2007)

No entanto, seu trabalho mais conhecido é o livro Eunoia, um tour-de-force poético que fez de Bök um dos poetas experimentais mais conhecidos e populares do Canadá e Estados Unidos. Eunoia é considerado por muitos um dos trabalhos mais fortes dos últimos muitos anos, trabalhando com inteligência procedimentos que ligam Christian Bök a escritores como Raymond Roussel e Gertrude Stein, aos franceses do OuLiPo, aos poetas ligados à revista L=A=N=G=U=A=G=E e à Conceptual Poetry de autores como Kenneth Goldsmith. Na verdade, o canadense Christian Bök é visto, ao lado do americano Goldsmith (n. 1961), como um dos grandes representantes da poesia conceitual em língua inglesa hoje, aos quais poderíamos ainda unir a poeta franco-norueguesa Caroline Bergvall (n. 1962), que vive na Inglaterra e escreve em inglês.

Eunoia foi publicado em 2001. Além de outros textos criados a partir de procedimentos estabelecidos pelo poeta, o livro conta com os cinco capítulos iniciais, em que o poeta usa em cada capítulo palavras que tenham apenas uma das cinco vogais. Assim, no Capítulo A (dedicado a Hans Arp), apenas palavras com "a", no Capítulo E (dedicado a René Crevel), apenas palavras com "e", e assim por diante (o Capítulo I é dedicado a Dick Higgins, O a Yoko Ono e U a Zhu Yu).



Ao impor-se tais dificuldades estruturais, criando uma narrativa que discute de forma inteligente uma possível poética contemporânea, Christian Bök doou-nos um trabalho em que escrita e oralidade fundem-se de forma orgânica, em que o teórico casa-se com o satírico, fazendo de Eunoia um dos livros mais divertidos e estimulantes do novo século. Ao pensarmos em um livro como Eunoia, mesmo nossa noção de tradução precisa ser repensada, pois é um dos casos em que o que o poeta FAZ e o que o poeta DIZ estão intrinsecamente ligados.

Abaixo, as páginas iniciais de cada um dos capítulos de Eunoia, seguidos dos arquivos de som em que Christian Bök lê, por completo, cada um dos capítulos. Poetas como Christian Bök demonstram as possibilidades reais de experimentação no novo século, tomando os experimentos das vanguardas como procedimentos e manuais úteis, sem pregar qualquer retorno ao seio da autoridade da tradição. Mais uma opção para os jovens poetas que não estão interessados em álibis para fazerem poesia de elefantíase semântica, metáforas decadentistas e preciosismos verbais. A poesia de Christian Bök renova o verbivocovisual e dá novos sentidos à noção de precisão de linguagem, sem perder o humor e a comunicabilidade.


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3 comentários:

alejandro mendez disse...

Querido Ricardo

Soy un asiduo lector de tu blog, y quería agradecerte el enorme trabajo de difusión que estás haciendo de poetas y poéticas que habitualmente están relegadas, o directamente ignoradas.

Te mando un gran abrazo desde Buenos Aires.

obrigado,
Alejkandro

Ricardo Domeneck disse...

Querido Alejandro!

Obrigado pelo comentário e pelo incentivo, é sempre gostoso saber que há outros poetas interessados nestes trabalhos que me fascinam tanto.

Devo ir a Buenos Aires em 2009, se tudo correr bem.

Abraço de Berlim,

Ricardo

alejandro mendez disse...

OK. Contactate conmigo si venís a Buenos Aires. Será un placer encontrarnos y seguir el diálogo en persona.

Un gran abrazo,

Alejandro

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