sábado, 17 de janeiro de 2015

Em Vigo

Quando, Moço, chegar o dilúvio,
estarei ainda na praia, em Vigo,
certo que logo virás, num surfe
sobre escombros. Só aí soluço,
voltando-me para Codax, e digo:
perdi a conta das ondas, amigo,
mas eis o amado, é sano e vivo.


Ainda em Vigo


Moço, o nível do mar sobe.
Quanto, até que retornes?
Cansei-me dessas contas
aqui, em Vigo, das ondas.
Vem, antes que me afogue.
Eu sei nadar, sim, o fôlego
porém é curto, fumo. Torre
nenhuma será alta. Corre.


Em Vigo, ainda


Moço, quero tão pouco, tudo
e só, quando o oceano suba,
e casas, carros, todos engula,
que os dois façamos, um a um,
o nado de costas e de bruços,
tu no crawl, eu feito um poodle,
aí o de borboleta, natação pura,
e então, sincronizados, juntos
apertemos as narinas, um do
outro, no maior dos mergulhos.


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