quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

The Devil and Daniel Johnston



Pode ser tentador para um poeta, artista, músico entregar-se ao glamour da loucura, do sofrimento, cortejar o destino do outsider, do esquisito, flertar com o suicídio, querer a companhia trágica dos trágicos, fazer-se diva of a dive into darkness, dirigindo o monociclo à beira do abyssmus, sonhar com a lenda do momento após a queda. Mas a tristeza do país baixo do vale ao nível do Mar Morto não tem discotecas, nem sequer se assemelha a uma pista de dança vazia. Transtorno de sinais e sintomas. Martin Kippenberger, um dos meus artistas alemães favoritos, disse com clareza: "Não posso cortar-me uma das orelhas todos os dias", e eu escrevi em outro lugar: "ainda que vangoghs / até que engasgues."



Assisti ontem ao documentário "The Devil and Daniel Johnston", sobre o singer-songwriter/poeta lírico americano, nascido em 1961, que produziu uma obra genial enquanto era jogado de manicômio em manicômio, de cela em cela de prisão. Diante de sua história, não se pode glamourizar o destino da genialidade em loucura, apenas compadecer-se de sua queda no abismo. Ainda que a lenda tenha vindo quando seu corpo espatifou-se no chão.






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Escute alguns poemas líricos de Daniel Johnston AAQQUUII

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(Van Gogh)


(Daniel Johnston)

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