sábado, 13 de março de 2010

A pseudo-intifada de Claudio Daniel

“he buzzes like a fridge,
he´s like a detuned radio”

Thom Yorke


Nos últimos dias, o autor paulistano Claudio Daniel voltou à sua obsessiva pseudo-intifada, contra poetas dos quais discorda e a quem insiste em tentar transformar em um “grupo” ou “panelinha”, tratando-os, já há algum tempo em sua usual verve maniqueísta, como se fossem o “eixo do Mal” da poesia brasileira, entre os quais ele tem me incluido. Sua obsessão por Carlito Azevedo e Angélica Freitas já assume contornos patológicos e ridículos. Este último episódio não passaria de mais um exemplo de suas ações constrangedoras se não houvesse sido perpetrado, desta vez publicamente e com a leviandade que já lhe é famosa, mesmo fora da belicosa São Paulo e além de suas trincheiras.

Já afirmei e assinei há anos, em ensaios abertos e públicos, editados em revistas de escolhas est-É-ticas diversas, minha crítica à poética que este autor defende, assim como à sua atitude crítica tendenciosa, em que conceitos tão distintos entre si quanto “sincronia histórica” e “trans-historicidade” tornam-se sinônimos, para mascarar um discurso demagogicamente evolutivo, fazendo com que todo artigo deste autor termine por apontar sua poética como o único caminho, a verdade e a vida.

No discurso dualista e altamente ideológico deste senhor, baseado em distorções dos conceitos de homens como Jakobson assim como em dicotomias engessadas e puristas, “sincronia histórica” torna-se apenas a desculpa usada para saquear a aura de autoridade de escritores já mortos e consagrados, incluindo-os em suas antologias e artigos, para logo em seguida incluir o próprio trabalho e o daqueles que aprecia, elegendo-se como o único e verdadeiro herdeiro da única e verdadeira poesia. Sincronia, em seu caso, funciona apenas como desculpa para defender o que eu chamaria de uma "diacronia privada". Trata-se de estratégia já "clássica" no pós-guerra brasileiro.

Sua leitura falsamente sincrônica acaba apenas por obliterar as diferenças enriquecedoras entre os  trabalhos dos autores, mesmo os de ótimos poetas como José Lezama Lima, Haroldo de Campos ou o Néstor Perlongher de Austria-Hungria. Já argumentei também, entre outras, contra sua leitura equivocada do conceito de “função poética”, na qual insiste em opor esta às outras funções da linguagem, em especial à função referencial, como se uma obliterasse por completo a outra, para tentar sustentar sua mentalidade poética pessoal, que está baseada em uma ojeriza de caráter ideológico a qualquer forma de realismo ou comunicação mimética, quando o próprio Jakobson, ou críticos como Paul de Man, Fredric Jameson, Marjorie Perloff ou Alfonso Berardinelli, entre tantos outros, apontam de forma inteligente como a poeticidade não oblitera necessariamente a referencialidade, já que o poema funciona na fronteira entre transparência e não-transparência do signo; sem mencionar a incapacidade de Claudio Daniel para um debate sobre o papel do contexto histórico em que se movimenta cada poeta, o que jamais significou, ainda que ele tente este argumento, abandonar a crítica primordial do trabalho formal de cada autor. No entanto, para este senhor paulistano, as pesquisas e estudos sérios da historicidade do fazer poético devem ser todos embalados, como é seu costume fazer, no rótulo de “crítica sociológica uspiana”, aparentemente, em sua opinião, mesmo os de críticos como Walter Benjamin, Theodor Adorno, Hugh Kenner, Marjorie Perloff ou Alfonso Berardinelli; ou a consciência histórica em autores como os dadaístas (em plena Primeira Guerra); Brecht, Pasolini ou a Internacional Situacionista; a própria compreensão dos poetas de Noigandres, na década de 50, do contexto em que inseriam sua poética, assim como a do Grupo de Viena, dos Objectivists americanos ou, ainda e finalmente, na defesa  empreendida por Ernst Bloch, contra seu companheiro Lukács, dos expressionistas germânicos em seu debate na imprensa alemã em 1934, etc.

Use palavras como “contexto”, “historicidade poética” ou “conjunção entre estética e ética” e Claudio Daniel imediatamente tranca amedrontado as portas de sua casa e passa a acusá-lo de querer enviá-lo a um gulag. Qualquer um que discorde dele, em sua opinião, só pode ser um estalinista, sociólogo uspiano inimigo da Literatura ou defensor-amante dos marginais cariocas. Sua tentativa de insinuar uma "hegemonia do cotidiano" na América Latina, a partir de poetas como Nicanor Parra ou o brasileiro Carlos Drummond de Andrade, criando uma oposição fictícia entre a poética destes autores e a de poetas como César Vallejo e Oliverio Girondo, é apenas uma das facetas de sua distorção histórica sobre a poesia do continente. Sua tática é simples: ressuscitar certas batalhas dualistas, para as quais ele precisa de um "grupo-vilão".

Pois a mentalidade deste senhor opera apenas por dualismos, dicotomias. Claudio Daniel não está interessado em um debate verdadeiramente est-É-tico, ainda que matreiramente tente afirmá-lo, já que estas críticas a sua miopia têm sido feitas há anos, e por vários autores. Ele, no entanto, prefere a tática de mensagens de bastidores, exigindo "lealdade" dos que ele insiste em ver como "aliados" e pedindo o boicote ao trabalho daqueles que despreza, apresentando-se como “vítima” de um complô de “poetas medíocres”. Este senhor jamais demonstrou verdadeiro interesse em um debate de ideias e nos aspectos est-É-ticos da poesia contemporânea, já que a crê “trans-histórica”, preferindo sua pseudo-intifada adolescente e maniqueísta, que nada mais prova que sua necessidade por atenção na imprensa, com sua briga pequena e mesquinha por resenhas e bolsas do Governo. Como é possível notar nos últimos textos dele, é tudo o que parece lhe importar.

O que surpreende é perceber que o mesmo Claudio Daniel está, neste exato momento, ministrando cursos sobre a “poesia contemporânea” (leia “poesia contemporânea” como sinônimo de “neobarroco”) na Casa das Rosas, uma instituição pública, onde com certeza não deve abrir muito espaço para uma discussão desinteressada de poéticas divergentes da sua. Ele é convidado frequente da instituição, da mesma maneira como estou cansado de receber convites para eventos dos quais este senhor toma parte, em instituições públicas e privadas, como a já mencionada Casa das Rosas, o Itaú Cultural ou a Academia Internacional de Cinema. Ora, onde está este “boicote”, do qual ele se sente “vítima”? Cadê o monopólio da "Inimigo Rumor e seus associados"? Ele também não parece ter a menor dificuldade em editar seus livros, como dirige coleções de poesia contemporânea para outras editoras, publicando, naturalmente, aqueles que aprecia. Será que tudo resume-se ao desejo irrefreado de ser capa da Ilustrada? Meu último livro mereceu, na Folha de S. Paulo, uma resenha de um parágrafo, e negativa. Um parágrafo minúsculo para três livros de poesia. Quer pra você? Pode ficar. Ou não basta, ao senhor Claudio Daniel, a FUNARTE de 2008 e outros momentos em que foi agraciado com o dinheiro público, para promover apenas os poetas que aprecia, como em festivais que organizou com patrocínio da Caixa Econômica Federal?

Como o poeta Ricardo Aleixo expôs em sua Carta aberta a Claudio Daniel, publicada essa semana, são levianas e sérias as insinuações que este fez em seu blog, e ele deveria apresentá-las ao governo. A declaração de Ricardo Aleixo torna-se importante aqui, por ser um dos jurados do edital de 2008/2009 da Petrobrás e viver muito longe das intrigas de boteco de São Paulo, assim como já foi publicado na revista editada por Claudio Daniel e na revista editada por Carlito Azevedo, com um nome impecável e idôneo. Vale lembrar que o mesmo edital concedeu bolsas aos autores Ricardo Corona e Diana de Hollanda, além de Edson Cruz e Andréa del Fuego, do conselho editorial (vejam só) da revista Zunái, de Claudio Daniel. Onde está, eu insisto, o boicote e monopólio que este senhor afirma existir?


Se o conceito de “neobarroco” algum dia teve alguma seriedade, nas ideias de poetas como Haroldo de Campos, Severo Sarduy ou mesmo em poetas importantes como Néstor Perlongher, a partir da década de 90 e com o uso interessado que dele fizeram homens como Claudio Daniel, tal conceito transformou-se, este sim, em mero jogo de marketing, tentativa de fundação dogmática de “escola”, grupo com antologias próprias, obliterando as diferenças mesmo entre os poetas que inclui e, obviamente, excluindo poéticas divergentes. Já se tornou costume, especialmente de Claudio Daniel, falar sobre "poesia contemporânea" ou editar antologias da poesia "do novo milênio" (notem a megalomania), em que comparecem, muitas vezes, apenas autores ligados a certo "neobarroco", que aos poucos transforma-se, de conceito sério em Haroldo de Campos e Severo Sarduy, em nada mais que slogan, do qual Claudio Daniel quer ser o pontífice no Brasil. Tal poética abandonou qualquer discussão de forma, função e contexto poéticos, transformando-se em fórmula, manifestando-se no trabalho de Claudio Daniel, por exemplo e em minha opinião, como neosimbolismo aguado, diluição da est-É-tica da poésie pure e do expressionismo, gerando uma espécie de neosurrealismo ou outro neo qualquer, já que, em Claudio Daniel, o MAKE IT NEW de Pound torna-se mero MAKE IT NEO. Mesmo os poetas envolvidos parecem aos poucos tentar se afastar, pois os mais inteligentes sabem que se este “balaio de gato” ajudou, em um momento inicial, a ter certa visibilidade e conseguir publicação, a longo prazo esta obliteração de diferenças em nada ajudará a discussão sobre a poesia brasileira contemporânea ou sobre seus próprios trabalhos. Ninguém mais leva a sério estas oposições simplistas, este debate já se decompôs em vários países latino-americanos.

Quanto à crença de Claudio Daniel, de que Carlito Azevedo possui o Fiat Lux, como um demiurgo capaz de “inventar poetas da noite para o dia”, como ele diz ser o meu caso, como comentar de forma elegante uma ideia tão estapafúrdia? Certamente não vou me propor aqui a tentar provar que existo ou cometer o ato feio de listar “conquistas” ou fatos do gênero. Meu trabalho é bastante acessível na Rede, a quem quiser tirar suas próprias conclusões. Eu mesmo publiquei uma pequena seleção de poemas neste espaço, caso alguém queira seguir o desafio deselegante de Claudio Daniel. Prefiro mostrar trabalho: na franquia eletrônica da Modo de Usar & Co., qualquer um pode encontrar a centena de artigos e traduções que venho publicando naquele espaço desde 2007.

Tudo isso não passaria de mais um episódio de paranóia e leviandade deste bufão-mor, se não fosse tão séria a falta de respeito com que tratou várias pessoas que têm sido extremamente generosas, como Carlito Azevedo, que abriu as páginas de sua revista para o trabalho de vários poetas jovens. Poetas, obviamente, que ele aprecia ler e respeita, como qualquer editor sério o faz. Imagino que o próprio Claudio Daniel defenda assim seu trabalho de editor.

Também vale mencionar que Angélica Freitas e eu, a quem Claudio Daniel menciona abertamente como inimigos da boa poesia, já publicamos em nossa revista impressa, com os outros dois coeditores da Modo de Usar & Co. (Marília Garcia e Fabiano Calixto), jovens poetas brasileiros que foram editados por Claudio Daniel, como, por exemplo, Andréa Catrópa, ou o mesmo Eduardo Jorge que ele tão deselegantemente sugere que seja “comparado” comigo, unindo a ele outros dois poetas, tão diferentes entre si quanto o próprio E. Jorge (poeta a quem respeito e com quem já dialoguei de forma civilizada e frutífera) e eu. Na Modo de Usar & Co., publicamos poetas que também apareceram nas páginas de várias outras revistas, incluindo a deste senhor, como, por exemplo, Danilo Bueno, Izabela Leal e Gabriel Beckman. Se fôssemos tão sectários quanto ele, faríamos isso? Onde, meu caro, o boicote, a máfia?

Minhas críticas são feitas no caráter de debate est-É-tico entre poetas. Não sinto a menor necessidade de influenciar leitores que talvez encontrem algum prazer nos poemas deste senhor. Ele deveria apenas aceitar que há, sim, pessoas que encontram prazer em ler poemas de Carlito Azevedo, Angélica Freitas e meus, com todas as nossas diferenças. O primeiro livro de Angélica Freitas, intitulado Rilke shake, esgotou no Brasil a primeira tiragem de 1.500 exemplares e está prestes a ser publicado em edição bilíngue aqui na Alemanha, como parece estar também sendo traduzido na Argentina. Será mesmo que estes mais de 1.500 leitores, em dois continentes, são andróides comandados por Carlito Azevedo? Ou serão leitores que encontraram, no trabalho desta autora, algo que não encontraram em outros, seja no trabalho de Claudio Daniel ou no meu?

No entanto, faz muito tempo que Claudio Daniel pratica estas ações de caráter questionável. Sua leviandade ultrapassou todos os limites, posando agora como salvador, isento de interesses, do dinheiro público. O aspecto ridículo deste senhor se torna ainda maior quando percebemos sua demagogia e hipocrisia, sendo ele o mesmo Claudio Daniel que esteve envolvido no escândalo da FUNARTE em 2008. Já que se gaba tanto dos ensinamentos de Buda, que, em minha opinião, funcionam em sua mentalidade apenas com o mesmo exotismo de fim-de-século dos poetas a que deveria ser comparado (ou ele demonstraria maior equilíbrio espiritual), seria muito melhor para a poesia brasileira se meditasse um pouco mais, antes de iniciar guerras nada santas contra o trabalho de poetas que, se não são respeitados por ele, o são por outros.

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11 comentários:

juliana amato disse...

Hey. Vim agradecer a visita e comentar que dias atrás, folheando o livro da M. Moore, parei naquele trecho e então foi um pouco difícil pensar em outra coisa. Ah, só isso. Espero que não tenha se incomodado de eu ter colocado sua tradução de Diane no Medéia. Não resisti, e sempre fico fazendo uma propaganda da Modo. hehe.

Unabrazo

Ricardo Domeneck disse...

Cara Juliana,

o importante é divulgar mesmo o trabalho de poetas que apreciamos. Marianne Moore e Diane di Prima são excelentes poetas, com textos tão lindos. Fico feliz quando minhas traduções viajam.

beijo

Domeneck

Anônimo disse...

Oi Ricardo, belo e elegante texto. Realmente, antes de mais nada, esse cara devia ter respeito pelos outros (é um stalinista perturbado), e depois deveria olhar o próprio rabo e ver onde realmente há mistérios misteriosíssimos - como o caso estranhíssimo-misteriosíssimo da FUNARTE em que ele foi contemplado. Grande abraço, FC

Gabriel Pardal disse...

O que esse Cláudio Daniel faz? não tem nada melhor pra fazer? Crítica de poesia, francamente. Pra quê?, pra quem? Poesia = Liberdade. Cláudio Daniel, senhor de dois nomes, uma dica: vá jogar ping-pong.

Ricardo Domeneck disse...

É, meu caro. Que Claudio Daniel, uma das criaturas mais sectárias de São Paulo, venha fazer-se de vítima de um "monopólio", é realmente ridículo.

Que ele fale de "boicote" é ainda mais patético, quando recebe com frequência, há anos, bolsas e verbas de instituições públicas e privadas, como a FUNARTE de 2008 (caso que teve sua legitimidade questionada), verbas da Caixa Econômica Federal para um festival de poesia contemporânea - o qual ele tem todo direito de organizar - mas cujo site na Rede trazia artigos apenas sobre a poética que ele defende, mostrando sua tática de tentar transformar sua visão na única, sem falar na frequência privilegiada com que é convidado na Casa das Rosas.

Há muitas visões e poéticas hoje no Brasil, mais que a sua poética e a tentativa dele de criar um vilão com o qual possa polemizar. Quem deveria se irritar são os inúmeros outros poetas que não se encaixam em nenhum dos lados desta invenção dualista adolescente de Claudio Daniel, a de criar uma trincheira entre dois lados fictícios, com este seu discurso de "poetas do eixo do Mal".

Se ele acha que este discurso de vítima vai realmente colar, deve estar completamente iludido.

abraços

Domeneck

Ricardo Domeneck disse...

Caro Gabriel,

sua sugestão é boa. Se ele precisa tanto de um adversário, deveria jogar ping pong. Seria mais saudável para ele mesmo. Imagino quanto sono ele perde, enraivecendo-se contra os "poetas do Mal".

abraço

Ricardo

leo gonçalves disse...

Caro Ricardo!

Como você já deve saber, admiro muito o seu trabalho, sua poesia, as importantes divulgações, traduções de autores interessantes ou divulgação de outras boas traduções, artigos que você publica aqui e lá na Modo de Usar. Acho generoso, inteligente e exemplo de uma arte desgarrada dos velhos círculos viciosos recorrentes pelo Brasil afora.

Também tenho grande respeito pelo trabalho do Claudio Daniel, apesar de tudo. Embora na maioria das vezes eu não goste da maneira dele de pensar, considero de grande valor, por exemplo, o propósito de divulgar poetas lusófonos de todas as margens do Atlântico e de outros oceanos.

Acho importantíssimo o trabalho da crítica, especialmente quando ela consegue elaborar as perguntas que não sabíamos fazer diante das obras (seja pelo êxtase que sentimos, ou por ignorância mesmo). Ou quando ela nos revela aqueles autores que continuarão importantes para a nossa forma de pensar, ser, estar no mundo. Mas odeio a crítica quando ela se torna canalha, manifestação de inveja mórbida ou mera fábrica de fósseis. Acho que uma crítica libertária, atenta ao que acontece ao nosso redor, uma crítica realmente (e não aparentemente) inteligente é artigo escasso.

Mas por enquanto, estou falando de estética. Se começarmos a misturar poesia com dinheiro, inveja, politicagem, ânsia de cada vez mais poder e picuinhas (esse blablabla de pequenas ofensas) acabaremos numa guerra ridícula dos humilhados contra os ofendidos. Para quê isso, se já temos coisas tão mais sérias diante das quais nos defender. Não entendo por quê misturar as duas coisas. Dinheiro é só uma contingência desse mundo imperfeito. Se a poesia não serve para iluminar o que há por detrás da grana, ela não nos servirá de nada . Sinceramente, já temos problemas demais.

Falo isto, por todas as razões que você provavelmente poderá supor: te vejo e situação mais sóbria, com uma postura mais vivaz, e na situação mais de alvo que se defende do que de acusador. Defesas legítimas de ataques enviesados, levianos, que acabam por se tornar ataques também. Vi outras pessoas fazendo o mesmo, atacando para se defender. Acho que vocês não precisam disto. Quanto mais vejo o CD reclamar, mais o vejo enlamaçado, invejoso, sujando tudo e todos ao redor, atacando-se a si mesmo por mera dor de cotovelo por não ter saído premiado pela Petrobrás. Não digo isto para atacá-lo, que não tenho nada contra ele, apenas descrevo o que fica visível aos olhos de qualquer um. Acho feio.

Abraço,
Leo Gonçalves

m. sagayama disse...

é um backstreet boy!

Ricardo Domeneck disse...

Caro Leo Gonçalves,

coincidência receber este seu comentário, pois ontem mesmo pretendia escrever a você uma mensagem, parabenizando seu lúcido e inteligente artigo "Para acabar com os juízos dos críticos" em seu blogue Salamandro.

Seu comentário aqui, mais uma vez, demonstra sua lucidez.

Não poderia estar mais de acordo com você quanto ao papel da crítica. Se respondi a estes últimos ataques (vale lembrar que não foi a primeira vez), foi porque aquele autor paulistano realmente passou do limites aceitáveis desta vez, entre o debate de ideias e a grosseria leviana. Ele pretendia apenas lançar ou semear insinuações sérias no ar, achando que todos os atacados, pessoas honestas como Carlito Azevedo, Angélica Freitas e, de certa maneira, também Ricardo Aleixo, por ter feito parte da comissão julgadora, na sabedoria e elegância deles, achariam por bem nem sequer responder a ataques tão mesquinhos. No entanto, desta vez pareceu-me realmente necessário reagir a uma atitude que me pareceu de incrível demagogia. Se decidi trazer à baila a questão da FUNARTE de 2008, foi porque seus comentários da semana passada (creio que do dia 09 de março em diante) pareceram-me realmente absurdos e simplesmente grosseiros, paranóicos.

A carta aberta de Aleixo é de uma elegância e honestidade exemplares.

Procurei manter meu artigo em um tom de debate de ideias, mas obviamente já não tenho muito respeito por um senhor que, há anos, vem promovendo ataques pessoais em seu blogue e por mensagens agressivas de bastidores a outros poetas, mensagens que mais cedo ou mais tarde espirram para dentro de minha caixa postal, pelo poder mágico do botão de "forward".

De qualquer maneira, encerro esse assunto aqui. Realmente, a energia dispensada a este episódio poderia ter sido usada para a tradução de um poema de língua estrangeira.

Agradeço sua visita. Gostaria muito de voltar a publicar traduções suas na "Modo de Usar & Co.". Talvez possamos preparar uma postagem sobre Juan Gelman ou um poeta de língua francesa que você traduziu? O que acha?

grande abraço

Ricardo Domeneck

leo gonçalves disse...

Ricardo,

Será um prazer colaborar com a Modo de Usar & Co. Fica a sua ecolha: Gelman (como você propôs) ou o senegalês Birago Diop (te sugiro a leitura de "Viatique" deste último). Se preferir, combinamos tudo por email.

Abraço,
Leo

Ricardo Domeneck disse...

Meu caro Gonçalves,

não conheço o trabalho de Birago Diop, vou procurar ler algo. Fico muito entusiasmado com a possibilidade de publicar um poeta do Senegal na franquia eletrônica da Modo. Publiquei ontem um tradução para um poema do japonês Kotaro Takamura, feita por Diogo Kaupatez. Queremos muito ajudar a promover um descentramento no debate poético, mas é muito difícil encontrar tradutores de poetas africanos e árabes, por exemplo. Vou te escrever uma mensagem, combinamos a postagem de Birago Diop para a semana que vem.

Abraço

Domeneck

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