Conheci Jonas em 2006, ano durante o qual nutri uma queda-abismo por ele. Hoje, damos ambos graças aos céus por jamais termos namorado, já que podemos agora usufruir de uma das amizades mais fortes e marcantes que eu pessoalmente conto em minha vida. De monstrengos com quem já troquei fluidos corporais já está cheia minha sitcom.
Jonas é daquelas pessoas com quem jamais preciso medir palavras, para quem posso me mostrar em toda a minha escuridão e rutilância. Abaixo, compartilho três canções recentes do meu amigo Jonas Lieder, encerrando com uma composição que ele me dedicou após uma de nossas conversas assustadoras. Ao final de tudo, dois poemas escritos após conversas com ele.
Jonas é daquelas pessoas com quem jamais preciso medir palavras, para quem posso me mostrar em toda a minha escuridão e rutilância. Abaixo, compartilho três canções recentes do meu amigo Jonas Lieder, encerrando com uma composição que ele me dedicou após uma de nossas conversas assustadoras. Ao final de tudo, dois poemas escritos após conversas com ele.
Fazendo
reservas para a pança da baleia
ou
Poema para Jonas
Amontoar
escombros
sobre
escombros
e
então dispersá-los
sob
meus saltos altos.
Imputando
talvez
aos
gregos e às novelas
a
culpa por este meu gosto
pelo
glamour
das tragédias,
esta
queda literal,
como
quem espera
desenovelar
a trama
da
intriga e trazer o último
ato
à nossa peça.
A
ansiedade legítima
do
último episódio.
Esqueci-me,
querido,
de
assinar o contrato
para
o papel de protagonista
nesta
comédia, sem chance
agora
de um final
feliz
em tecnicolor,
se
nem catas troféus
ou
mísero Oscar
de
efeitos especiais.
Como
figurantes
em
nossos próprios épicos,
sabemos
que a morte
chega
a
todas as personagens.
Só
exijo ser tão provável
quanto
necessário,
registrar
as últimas palavras
de
qualquer um antes
do
grande sono,
mesmo
se de um segundo,
ou
depois dos hematomas
de
prazeres
desconhecidos
com desconhecidos.
O
que é causalidade
senão
beber água
quando
com sede
ou
a confusão de pronomes
diante
do espelho?
Mostro
à
mosca
a
saída
do
Chianti.
Lição
de contentamento
no
contexto alheio,
calma
no próprio carma,
estou
chucro e feliz
como
se respondesse
em
chinês
a
perguntas em islandês, não
mais
esta mula
colérica
lambendo
teus
olhos de Cassandra,
de
peste mista.
Desconheço
alienígena
que
se aninhe
em
meu peito,
hóspede
ou
hospedeiro.
E
se evadíssemos,
Jonas?
As entranhas
desta
baleia
entediam-me.
Ou,
que tal se roubássemos
automóveis
e cruzando fronteiras
e
alfândegas
do
Oriente ao Ocidente
nos
tornássemos
metecos
em
qualquer centro?
Não
há, por fim, elixir
contra
exílios,
a
não ser nos delírios
de
cidadania, esta coisa
que
ao fim sabemos
que
não existe
a
quem a Eros se exibe.
(a
Jonas Lieder)
§
Poema
Enfim
aurora-me na cachola,
Jonas
das férias em baleias,
por
que os deuses desaprovam
o
incesto, esse advertisement
ou
entertainment
em família,
tal
reciclagem ad
aeternitatem
ou
sexo homogêneo à margem
(e
sua homenagem a soi-même)
como
o cúmulo da economia.
Leis
de veto a fellatio
in toilets
e
virilha em público, ilegíveis,
como
Coca-Cola, cocaína &
Co.
ou
outros substantivos ilegais
para
nossa literatura ou lírica.
Teu
Ricardo sabe que o peixe
morre
pela fome, boca em pênis
de
moçoilos é o anzol de sempre
e
eis que pé no rabo eu vos nego.
Pedicabo
ego vos et irrumabo.
Seguirei
sendo
nota
de pontapé
no
apêndice de vossos cérebros
ou
até que me canse, escravo
paciente
e devoto, das horas-
-extras
de chicote e chacota
sobre
vossas gretas garbosas.
.
.
.
Um comentário:
a música desse moço é arrebatadora.
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