Este ano de 2011 tem sido um ano de fins abruptos, começos involuntários, os quais tenho recebido entre o susto e o siso. Hoje, após seis anos e meio organizando os eventos, festas, intervenções e performances semanais neste bairro de Prenzlauer Berg, em pleno Berlimbo, primeiro sob o nome de Berlin Hilton, depois como SHADE inc, celebramos pela última vez no clube que nos abrigou desde 2005, após abandonarmos o primeiro por ter se tornado pequeno demais e a relação com os donos demasiado difícil. No clube Neue Berliner Initiative, conhecido como NBI, pudemos enfim fazer do evento o que queríamos: uma ponte entre cenas e guetos, um local onde os mais improváveis indivíduos se encontrassem. Seria impossível relatar aqui tudo o que aconteceu por ali. Tive a chance de organizar performances de heróis meus ou simplesmente beber com eles quando passavam pela festa. Ali organizamos, muitas vezes pela primeira vez em Berlim, performances e concertos de artistas como Planningtorock, Stereo Total, Bunny Rabbit, Mystery Jets, AIDS-3D, Barbara Panther, Tetine, Hellvar, Ben Butler & Mousepad, Exercise One, Herpes, Glen Meadmore feat. Vaginal Davis, Heatsick, Khan, Kevin Blechdom, Angie Reed, Deize Tigrona, Thieves Like Us, Wolfgang Müller (Die Tödliche Doris), entre outros; tocaram ainda, como DJs, artistas como Peaches, Ellen Allien, Apparat, Modeselektor, Fischerspooner, Telepathé, CocoRosie, oOoOO, Change/Thomas Muller, Heartthrob, Gebrüder Teichmann, T.Raumschmiere, etc. Não vou citar as pessoas inacreditáveis que passaram pela festa para beber ou assistir a uma performance, pois seria passar dos limites aceitáveis do name dropping.
Hoje, acaba uma era da vida noturna berlinense. Não sou eu a dizer, mas as muitas pessoas que têm reagido à notícia desta última festa. O clube fecha esta semana por ter se tornado impossível manter-se neste bairro (gentrification, dears, gentrification...) e nós talvez quiçá oxalá sigamos em frente, mas em outro local, outro bairro, com outro projeto.
Nosso convidado especial desta noite é o nova-iorquino Black Cracker, produtor do duo CocoRosie, Bunny Rabbit, e incrível artista solo. Já falei sobre ele aqui.
O futuro? Não nos esqueçamos da tautologia sábia de Scarlett O´Hara:
"Tomorrow is another day"
Abaixo, uma pequena seleção de vídeos de performances na Berlin Hilton/SHADE inc, reunidos nestes últimos seis anos. Da grande maioria não há qualquer registro, estávamos geralmente ocupados demais sendo felizes para pegar numa câmera. Mas por sorte há estes, feitos por amigos, às vezes por mim. Ajudam minha memória já excitada.
Hoje à noite, aqui no Berlimbo, o evento que venho organizando todas as quartas-feiras há cinco anos, com o coletivo de que faço parte (que inclui videastas, DJs, autores e artistas gráficos), celebra seu quinto aniversário e também seu grand finale. No melhor espírito dadaísta/berlinense, por cinco anos ignoramos as fronteiras entre criação e curadoria, buscando ser um local de produção artística e de intervenção est-É-tica. Nestes cinco anos, alguns de nossos heróis e várias das criaturas mais interessantes do subterrâneo berlinense passaram pelo nosso palco, com performances, intervenções e DJ sets de criaturas como Stereo Total, Apparat, Modeselektor, Kevin Blechdom, Planningtorock, Lo-Fi-Fnk, as riot-girrrls do Le Tigre: JD Samson and Johanna Fateman, The Presets, Electrocute, Bianca Casady do duo CocoRosie, No Bra, Joe And Will Ask?, Tetine, T.Raumschmiere, Hanayo, Phon.o, Jeans Team, Schneider TM, Herpes, Akia, Stabil Elite, Rich & Kool, Bruce LaBruce, Angie Reed, Sex In Dallas, Barbara Panther e DJs como Lemercier, Shir Khan, Eric D. Clark, Jake The Rapper ou os residentes do Panoramabar/Berghain nd_baumecker and Boris, entre outros.
Hoje é a última vez da festa intitulada, em espírito dada-pop, de Berlin Hilton, como comentário-piada sobre certa herdeira loira. Durante a festa, lançaremos o novo projeto que, a partir de abril, nos trará ainda mais próximos do sonho de ter our own private Cabaret Voltaire.
Como convidado especial hoje à noite, o artista sonoro londrino David E. Sugar, além de sets de outros amigos DJs.
Abri os olhos de novo. Acordar sempre me surpreende. Vive-se assim: dominga-se até um dia não mais. "Hoje, feriado porque acordei", etc. Sonata para acúfeno.
Começa com os versos "Sair da cama, disse, / foi simplesmente / uma idéia incrível / e deliberada" a primeira das minhas "Seis canções óbvias", incluídas na Carta aos anfíbios. Café da manhã com o moço daqui a pouco, ouvir reprimendas pelos excessos de ontem à noite.
Sim, cedi (ver postagem anterior).
Na sacola, poetas mortos, mas apenas e sempre dos vivíssimos.
"En l´an de mon trentiesme aage, Que toutes mes hontes j´eus beues, Ne du tout fol, ne du tout sage"
Sim, lendo Catulo e Villon estes dias. Senti que andava precisando calibrar a máquina.
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Tentando traduzir sob o sol:
Mentre nel silenzio degli orti bruciati dal fresco sole, nel cielo annebbiato sulla periferia, si forma la figura del mio nuovo destino, atroce, duro, io che cosa faccio per non meritarlo, per essere difeso, almeno nel cuore, dal male che è per me stabilito dal mondo? ..................Non posso che tremare: e tremo, nelle viscere, io, escluso dal mondo che non so odiare né quindi amare, che finalmente si è fatto stupenda ombra, irreale - capace ormai soltanto a schiacciarmi, non più a determinare la mia vita con la sua vita. Impuro e non ancora forse perduto nella mia purezza che non ha età, il mondo non sa, dunque, che punirmi, e io non posso che tremare.
Pier Paolo Pasolini
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Sim, o delicioso.
Necrófilo NENHUM
-- seja neoclássico ou outros usuários do prefixo --
tem a energia destas criaturas.
Catulo, Villon, Pasolini.
Make It New ou Make It Neo, querido.
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Mas queria falar de aniversários. Não, não o meu. Chego aos poucos a não me entusiasmar tanto pelo dia de meus anos. Ando preferindo o aniversário de livros, de projetos. Aniversário de um poema?
Editei na semana passada os vídeos do terceiro aniversário da nossa Berlin Hilton, quando convidamos os deliciosos do Stereo Total, e do quarto aniversário, no mês passado, quando convidamos os meninos suecos do Lo-Fi-Fnk. Música de aniversário, sim yes ja.
Sou eu por trás da câmera. Levemente alcoolizado, não se incomodem com a tremedeira e ângulos inusitados.
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Stereo Total no terceiro aniversário da Berlin Hilton, 05 de março de 2008.
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Lo-Fi-Fnk no quarto aniversário da Berlin Hilton, 11 de março de 2009.
Desde o início do século XX, Berlim tem sido porto para os navegantes em busca de certas possibilidades, certas liberdades e libertinagens. O período da República de Weimar (1919 - 1933), quando o povo que habita este território, hoje conhecido como Alemanha, gozou de algumas das maiores liberdades civis de sua história e também das graves consequências da Primeria Grande Guerra, apenas para ver tudo mergulhar no caos da ascensão nazista ao poder, viu a cidade abrigar alguns dos artistas mais interessantes dos primeiros modernismos. Berlim sediou o grupo mais politizado dentre os dadaístas germânicos, com Raoul Hausmann, Richard Huelsenbeck e Hannah Höch à frente.
(colagem de Hannah Höch)
Na verdade, cada um dos movimentos de vanguarda que surgiram em língua alemã ou residiram em Berlim acabaram tendo aqui sua forma mais combativa e politizada, seja o expressionismo (basta pensar nas telas de Otto Dix e George Grosz),
(pintura de Otto Dix)
DADA (poemas de Hausmann, colagens de Höch), Fluxus (ou sua versão através do trabalho de Joseph Beuys), Pop Art ou o Punk, sem mencionar o “Kapitalistischen Realismus” (Realismo Capitalista) de Sigmar Polke, Gerhard Richter e Konrad Lueg. Os alemães são obcecados com suas versões da tal de realidade.
(ilustração de Sigmar Polke)
Esta obsessão realista pode ser claramente sentida na tradição fotográfica alemã, com August Sander, Bernd & Hilla Becher ou, nos dias de hoje, com Wolfgang Tillmans e Heinz Peter Knes.
(fotografia de August Sander)
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(fotografia de Bernd & Hilla Becher)
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(fotografia de Wolfgang Tillmans)
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(fotografia de Heinz Peter Knes)
A década de 20 viu ainda alemães como Walter Benjamin e Bertold Brecht caminhando pelas ruas da cidade, mas também atraiu muitos estrangeiros, como o poeta W.H. Auden ou o romancista Christopher Isherwood, em busca da famosa liberdade sexual e vida noturna berlinenses. Esta época encontra expressão famosa no romance Berlin Alexanderplatz (1929), de Alfred Döblin, mais tarde filmado por Rainer Werner Fassbinder.
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Sobre o pobre B.B.
1
Eu, Bertolt Brecht, vim das florestas negras. Minha mãe trouxe-me, no abrigo de seu ventre, às cidades. E, enquanto eu viver, o frio das florestas estará comigo.
2
Na cidade de asfalto estou em casa. Recebi cada extrema-unção logo, a saber: jornais, álcool, tabaco. Cheio de suspeitas, preguiça e, afinal, de prazer.
3
Eu sou cordial com todos. Ponho um chapéu-coco, pois isto é normal. Eu digo: que animais de cheiro estranho. E digo: tudo bem, eu sou igual.
4
Eis que em minhas cadeiras vagas, de manhã, uma mulher ou outra se balança. Olho-a sem pressa e digo-lhe: dispões em mim de alguém que não merece confiança.
5
À noite eu me reúno com os homens. Tratamo-nos de gentlemen. O bando, com pés na minha mesa, diz que tudo vai melhorar. E eu nem pergunto: quando?
6
À luz da aurora gris pinheiros mijam e os pássaros, seus vermes, abrem o alarido. É quando, na cidade, esvazio o meu copo, jogo fora o charuto e me recolho aflito.
7
Nós, geração leviana, vivemos em casas supostamente eternas. (Desse modo, além de altos caixotes em Manhattan, construímos junto do Atlântico as antenas que o entretêm.)
8
Restará das cidades quem as cruza: o vento. A casa alegra o comensal que a dilapida. Sabemos bem que somos provisórios. Nem vou falar do que virá logo em seguida.
9
Manter, sem mágoa, nos futuros terremotos, o meu Virgínia aceso — já me satisfaz. Eu, Bertolt Brecht, que, das florestas às cidades, vim no ventre materno, anos atrás.
(Bertolt Brecht em tradução de Nelson Ascher, publicada em Poesia Alheia)
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Durante o período do muro, a parte ocidental de Berlim voltaria a ser porto para os que buscavam escapar do serviço militar alemão e, com a condição-de-ilha da parte ocidental, o pouco policiamento e aluguéis baratos, artistas alemães e estrangeiros voltaram a ocupar a cidade. Foi aqui, na década de 70, que David Bowie e Iggy Pop produziram algumas de suas grandes canções. Aqui, o Punk, a New Wave e o rock industrial encontraram sua combativa maneira alemã, com grupos como o Tödliche Doris (com Wolfgang Müller à frente), o Malaria! (de Gudrun Gut) ou o Einstürzende Neubauten (de Blixa Bargeld).
(Malaria! - "Geld/Money")
Com a morte de Bertolt Brecht, o teatro Berliner Ensemble (um de meus prédios favoritos em Berlim, gosto de ir escrever na praça diante do teatro, com o rio Spree às costas e a estátua de Brecht à frente) passa a ser comandado por Heiner Müller, uma grande referência literária para o meu trabalho, com seus textos inclassificáveis, como Der Auftrag (A Missão) (1979) e Die Hamletmaschine (1977). Ou aquele que é um de meus textos favoritos em língua alemã: o estupendo salve-salve poema/peça "Medeamaterial". No pós-guerra, criaturas como Rainer Werner Fassbinder, Joseph Beuys e Heiner Müller mantiveram Berlim e a Alemanha no mapa do mundo. Estes três estão entre minhas maiores referências est-É-ticas.
(trecho do filme "I was Hamlet", sobre Heiner Müller)
(Joseph Beuys)
(Rainer Werner Fassbinder)
A Alemanha e sua língua não têm uma presença tão aparente ou óbvia na cultura brasileira, a não ser no teatro, onde Bertolt Brecht ainda impera como incontornável. A relação dos alemães com Brecht é muitíssimo mais complicada.
Os brasileiros sempre se voltaram para os franceses. Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Heitor Villa-Lobos e outros primeiros modernistas gostavam de perambular por Paris, como a maioria dos primeiros modernistas de qualquer país ocidental, de César Vallejo a T.S. Eliot, passando por Vladimir Maiakóvski. Nos últimos tempos, de forma muitas vezes quase subserviente e pouco crítica, os poetas brasileiros voltaram-se para os estadunidenses. Nova Iorque é logo ali e a Barra da Tijuca fica em Miami.
Poeta brasileiro vivendo no estrangeiro é coisa corriqueira. Não inaugurei atividade qualquer. Além dos já mencionados brasil-parisienses, houve a longa morada de Murilo Mendes em Roma, João Cabral de Melo Neto em Sevilha e Barcelona, assim como Clarice Lispector e João Guimarães Rosa muito perambularam, escrevendo vários trabalhos no exterior. Hoje em dia, há os casos de Zuca Sardan e a vagamundos Angélica Freitas.
Viver em outro país, mas principalmente em outra língua, traz características novas para o trabalho de um artista da linguagem. Por exemplo, uma visão saudavelmente "artificialista" para a "língua materna", salvando-o da falácia do natural. O exílio não é uma condição a ser lamentada ou celebrada, mas usufruída e aprendida. Jamais escrevi ou escreveria uma nova "Canção do exílio", mas com meu pendor por gender trouble, escrevi minha "Cão são da ex-ilha".
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Cão são da ex-ilha
o desgosto de cada passo confirmar o mapa e o diafragma contraído entende o queixo no joelho, meio-dia e meia o centro da certeza que caminha do “quero“ ao “não-quero“, palha, fênix, Joana d’Arc, como perceber que abismo e precipício não são sinônimos exatos, ou acordar no meio da noite sem energia elétrica e sussurrar com a calma do fim da força: equivalendo silêncio e escuridão, real apenas a escolha da língua, entre- tanto a memória das possibilidades morre para que o fato entre inassistido nas atas do verídico; saiu o sol, deve estar tudo bem; subiu a lua, deve estar tudo bem; trocar de pele continuamente talvez leve-me ao centro e a ausência me escame como quem diz “eu sinto a falta”
(Sons: Arranjo: Garganta, no prelo)
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Considero Berlim um ângulo privilegiado para contemplar o mundo e, em especial, o ocidente. São Paulo e Berlim são minhas cidades de escolha, as que impregnam meu trabalho. Não consigo me identificar com abstraçoes gigantescas como países, prefiro a concretude das cidades. Sou um poeta de São Paulo e de Berlim. Cada poeta é poeta de sua cidade. Manuel Bandeira foi poeta do Recife e do Rio de Janeiro. Oswald de Andrade foi poeta de São Paulo, como o é Augusto de Campos. João Cabral de Melo Neto com Recife e Sevilha. "A cidade sou eu / sou eu a cidade / meu amor", escreveu Carlos Drummond de Andrade, o itabirano carioca.
Com a queda do muro, Berlim voltou a reunir alguns dos artistas estrangeiros mais interessantes. Janine Rostron, a Planningtorock, mora aqui, assim como Olof Dreijer.
Alguns dos poetas alemães contemporâneos mais interessantes vivem hoje em Berlim, como Monika Rinck e Daniel Falb ou Sabine Scho, que divide seu tempo entre Berlim e São Paulo.
Ler parágrafos biográficos sobre artistas visuais contemporâneos invariavelmente leva-nos a ler a frase "So-and-so lives and works in Berlin." Na nossa Berlin Hilton, o evento semanal que organizo por aqui, tiro proveito desta situação privilegiada, convidando alguns dos artistas sonoros que mais me interessam.
Esta semana, foi o caso do artista sonoro francês Jackson Fourgeaud, que se apresenta como Jackson and His Computer Band. Seu álbum de estréia, chamado Smash (2005) e lançado pelo selo Warp, foi um dos mais celebrados da década aqui na Zooropa. Gosto muitíssimo de seu trabalho e considero-me sortudo por compartilhar oxigênio e roçar ombros com ele aqui no Berlimbo.
Ainda me recuperando dos excessos de ontem na Berlin Hilton. Queria apenas mostrar um vídeo do live set do jovem produtor musical alemão Uli Buder, que se apresenta como Akia. Foi uma de minhas descobertas aqui no Berlimbo este inverno e fiquei muito feliz por descobrir sua música e seu consumo de oxigênio. Estamos programando uma colaboração.
O jovem produtor musical alemão Uli Buder, mais conhecido como Akia, em seu primeiro live set na Berlin Hilton.
Há muitos prazeres envolvidos na organização de um evento semanal como a nossa Berlin Hilton. Seria fácil dizer que o maior deles é a oportunidade de conhecer artistas importantes, a quem admiramos há tempos. Este é realmente um prazer imenso. Quando comecei a discotecar em São Paulo, pelos idos do ano 2000, lembro-me de como gostava de tocar faixas do álbum de estréia do coletivo gender-guerrilheiro Le Tigre. Poder conhecer e hospedar J.D. Samson e Johanna Fateman, anos mais tarde, foi um grande prazer. Poder oferecer nosso palco para alguém como Janine Rostron, a Planningtorock, foi uma das minhas honras como curador/organizador/DJ residente da Berlin Hilton, assim como ter, como convidados, artistas como Kevin Blechdom, Tetine, Mount Sims, Stereo Total, Jackson and his computer band, Apparat, etc, etc.
Mas confesso que às vezes me dá mais prazer poder descobrir e conhecer jovens que estão começando sua produção artística, e ter aquela sensação de estar proporcionando espaço a quem está iniciando um belo trabalho. Foi assim com a belga Barbara Panther, com os islandeses do Hellvar (que mais tarde musicaram um dos meus textos) e é o caso hoje à noite, quando temos como convidado o jovem produtor musical alemão Uli Buder, que se apresenta como Akia.
Ele se apresenta hoje à noite na Berlin Hilton, e duas de suas peças sonoras estão na Hilda Magazine, que edito com o britânico Oliver Roberts.
Hoje à noite comemoramos o quarto ano de existência do nosso evento semanal BERLIN HILTON, que iniciou suas atividades em fevereiro de 2005. Foram quatro anos em que tivemos a honra e o prazer de apresentar performances ou DJ sets de alguns de nossos heróis pessoais, como Planningtorock, Le Tigre, Tetine, Apparat, T.Raumschmiere, Kevin Blechdom, Stereo Total, Angie Reed, Mount Sims, CocoRosie, Cantankerous ou Hellvar, entre outros,
assim como mostrar o trabalho de novos artistas, como Barbara Panther, ou novos projetos de pessoas como Florian Puehs, hoje vocalista da banda Herpes.
Quatro anos do coletivo que surgiu em torno desta intervenção semanal, com meus colegas Viktor Neumann e Oliver Krueger aka OL!, além de todos os que colaboram conosco, como Niklas Goldbach, Philipp Sapp aka K.Jell, André Scheffler aka DJ Andre Lange, Jonas Lieder aka Shrivel, Daniel Reuter, Stefan Davids aka Alpha-Nerd, entre outros.
Para a festança de hoje, convidamos os meninos do Lo-Fi-Fnk, de Estocolmo, uma escolha perfeita para uma festa de aniversário, ora.
Começou esta semana a Berlinale, como os berlinenses chamam o Festival de Cinema de Berlim. A programação deste ano está muito boa, ainda que seja quase impossível conseguir ver os filmes mais legais. Você acha que as filas da Mostra de Cinema de São Paulo são longas? Prepare-se para as filas geladas em pleno fevereiro em Berlim. É claro que os cinéfilos compram seus passes por algumas centenas de euros com meses de antecedência.
Nós, os pobres mas espertos, aproveitamos a oportunidade para ao menos conhecer algumas pessoas interessantes que acabam passando pela cidade. Hoje, quarta-feira, dia da nossa berlin hilton, esperamos receber algumas figuras meio queer em nosso pequeno espaço cabaretvoltairístico.
Uma das criaturas passando pelo Berlimbo é um dos ícones da minha sexualidade adolescente: o senhor Joe Dallesandro. Mostramos hoje na berlin hilton alguns dos filmes com o ex-rapazote.
Ainda me lembro da sensação de entusiasmo e perigo quando, ainda adolescente, escapei para ir ver Je t`Aime moi non plus (1976), com Dallesandro e Jane Birkin, direção de Serge Gainsbourg, num cinema obscuro e decadente do centro de São Paulo...
A mesma sensação mais tarde, ao assistir os filmes de Andy Warhol e Paul Morrissey com o rapaz: Flesh (1968) e Heat (1972), por exemplo.
Joe Dallesandro está em Berlim para apresentar na Berlinale o documentário que Nicole Haeusser fez sobre ele, intitulado "Little Joe", é claro.
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Também celebramos hoje na berlin hilton, com o diretor Richard Laxton, o filme "An Englishman in New York", com estréia mundial na Berlinale, sobre o escritor-ícone Quentin Crisp.
Há alguns dias, comentei aqui sobre a versão do duo CocoRosie para a canção "Turn me on". Três dias depois, out of the blue e por coincidência, recebo uma mensagem eletrônica de Bianca Casady, dizendo que estava em Berlim e que gostaria de fazer algo com seu amigo Simon Guzylack na berlin hilton, our own private Cabaret Voltaire. Quase caí da cadeira. Portanto hoje, na berlin hilton, a convidada especial é Bianca "Coco" Casady (que forma com sua irmã Sierra "Rosie" Casady o duo CocoRosie), acompanhada de seu amigo Simon Guzylack. Eles pediram por conexões para dois computadores, dois tape recorders (Bianca Casady é já conhecida por experimentar com gravadores em suas performances) e um microfone. Just so excited. Em pleno Berlimbo.
berlin hilton @ Neue Berliner Initiative our very own private Cabaret Voltaire December Program:
03.12.08 - Motherland (Berlin) live
10.12.08 - Gay Mormon Kissing Club (New York/Paris) DJ set with Bianca "Coco" Casady of CocoRosie and Simon Guzylack + special set by Zuckerbrot & Peitsche
Hoje é uma noite de gender-guerrilla na berlin hilton. Temos a honra de apresentar Shunda K, uma das integrantes do coletivo YO! MAJESTY, que tem causado furor nos últimos meses, desde que foi "descoberto" pela mídia que suga as energias do mundo da música. Hoje, 19 de novembro, na berlin hilton.