Estou em São Paulo, depois de uma semana maravilhosa na Cidade do México ao lado de alguns de seus melhores poetas, e agora posso dizer com alegria e orgulho que são meus amigos. Nenhum texto de blogue poderia fazer justiça à generosidade e respeito com que me trataram, e as horas de intercâmbio poético, de noites regadas a tequila e mescal em que líamos, em bares ou apartamentos, poemas uns para os outros, os nossos e os de nossos mestres mortos. Voltei do México com muitos livros na mala, volumes da poesia completa ou quase completa de mestres como Xavier Villaurrutia, Salvador Novo, Gilberto Owen, Sóror Juana Inés de la Cruz, assim como livros de poetas contemporâneos como Juan Carlos Bautista e David Huerta.
A leitura na sexta-feira na Casa Refugio Citlaltépetl, com Luis Felipe Fabre, Julián Herbert, Minerva Reynosa, Ezequiel Zaidenwerg e eu, foi uma das melhores leituras da minha vida. Eu estava radiante por estar ali com 4 poetas que respeito tanto. Eu li meus poemas "Vida longa à poesia pura", "O acordeonista da Catedral de Bruxelas", "X + Y: uma ode", "Texto em que o poeta surpreende-se com a morte de Maria Schneider que parece formar uma sinédoque da qual não discerne a fronteira entre parte e todo" e "Entre o fogo e a derme". Meus companheiros leram as traduções para o castelhano, feitas por Cristian De Nápoli, Aníbal Cristobo e Paula Abramo.
Dois livros de poetas da minha geração deixaram-me com a visão clara de um momento privilegiado na poesia mexicana contemporânea: La sodomía en la Nueva España (Madrid: Pre-Textos, 2010), de Luis Felipe Fabre (Cidade do México, 1974); e El baile de las condiciones (Ciudad de México: Práctica Mortal, 2011), de Óscar de Pablo (Cidade do México, 1979). Livros de poetas que sabem que dia é hoje, de técnica precisa, cantores sobjetivos. Traduzirei poemas dos livros nas próximas semanas. Se unimos a eles ainda La lírica está muerta (Bahía Blanca: Vox Senda, 2011), de Ezequiel Zaidenwerg (Buenos Aires, 1981), temos três belos livros da poesia hispano-americana publicados no último ano.
Gravei muitos vídeos de leituras para divulgar o trabalho destes poetas no Brasil e além. Fora os três já citados, poemas que me alegraram e impressionaram na voz de seus autores, como os de Daniel Saldaña París; de Alejandro Albarrán; da americana Robin Myers, residente no México; de Paula Abramo. E mais. E outros. Percebi como sinto falta de ter por perto poetas com quem possa realmente conviver. Na Alemanha, meus amigos mais próximos são quase todos artistas visuais ou músicos. Não têm textos como parte integrante do oxigênio. Houve momentos em que tinha certeza ser aquela a alegria dos Beats ou dadaístas quando estavam juntos.
É muita coisa, tanta experiência que não poderei digerir assim tão rapidamente. Destes poetas, poderia dizer o que escreveu Drummond:
"Estes poetas são meus. (…) São todos meus irmãos, não são jornais nem deslizar de lancha entre camélias: é toda a minha vida que joguei."
Deixo vocês com o vídeo que fiz de Alejandro Albarrán (Cidade do México, 1985), lendo seu poema "Acumulación". Muitos outros vídeos virão, estou editando vários neste momento. Abraço grande a meus novos amigos e companheiros mexicanos.
Alejandro Albarrán vocaliza seu poema "Acumulación", Cidade do México, dezembro de 2011. Gravado por Ricardo Domeneck para a revista Modo de Usar & Co.
Texto:
A C U M U L A C I Ó N Alejandro Albarrán
*
Acumulación, me estoy hinchando. Encontrando el mimetismo en los ahogados. En mi cuerpo tumefacto. Soy tu contenedor, soy tu putita. Me estoy llenando. Me estoy saciando, colmándome de mí, me estoy tocando en las aristas con aristas, en mis esquinas me estoy tocando con esquinas. Gerundio, soy hinchazón, soy yo exagerado, exacerbado. Necesito una salida. Un punto de fuga o me desbordo, desbordado, soy, acumulación. Soy garrafa. Un accidente paulatino. Un desatino o tina que se llena hasta sus bordes. Una salida o me reviento. Una calle, un escampado, para salirme de mí, desbordado sí, en el paisaje. Acumulación, me estoy hundiendo, como un Nautilus, me vengo abajo.
*
Esto es: necesito no ser yo. Confundirme. Ser tú, por ejemplo. Ser tu sueño húmedo. Tu pesadilla. Tu amor especial. Tu hombre de acción. Tu postergación, tu crucifixión: tu crucifijo. La mancha de sangre en tu toalla sanitaria. Tu santa virgen, tu Eclesiastés, tu miedo al cambio, tu cambio, en monedas de baja denominación, soy tu elección, tu trueque. Tu lucha contra ti, soy tú porque te ves en mí. En mi imagen. Tenme miedo soy el diablo, tu Cristo de terciopelo, soy, soy tu miedo, tu miedo a ti.
*
Soy la emperatriz de los escarabajos, en tu pubis soy el anca de un caballo, en tu cabello soy dolor de estómago, soy tu síntoma de mal, soy el mal, el pervertido de voces, a veces, de muchas voces que me anulan, soy eso: la anulación, mi anulación, la vindicación de mí en nada.
*
Vuélvete confeti o fruta furibunda, vuélvete que me estoy quitando el sexo. Por ti. Lo estoy dejando en el buró como una estaca, un crucifijo. Date vuelta: una lámpara que brilla (y ahora brilla), una aliteración en nuestro entorno. Una aliteración: canción que nadie canta porque espanta.
*
Mi caballo sin ojos me dijo: "canta en mis entrañas", "enséñame el paisaje". Aprendizaje. Mi caballo me dijo: "ven a correr conmigo en mis entrañas", me lo dijo esta mañana, desde mi estómago, me lo dijo desde el vértigo, desde mi trote caldo, en mi vientre me lo dijo, en mi emoción, mi caballo sin ojos, mi potro hambriento de camino. Soy camino, trayecto inconcluso es mi oración. Ahora le canto, lo llevo al monte, a que relinche.
Lendo o "Inferno de Wall Street" no Centro Cultural Brasil-México
Entre os dias 13 e 15 de dezembro, conduzi três falas sobre a poesia brasileira no Centro Cultural Brasil-México a convite da diretora do Centro, a poeta e tradutora Paula Abramo, e da Embaixada do Brasil. A ideia era falar sobre poesia contemporânea, mas em conversa com Paula, ao perceber como poetas importantes brasileiros do porte de Sousândrade e Augusto dos Anjos são desconhecidos no México, decidi que seria interessante começar pela própria Modernidade Poética Brasileira, aquela que começa com a geração genial de escritores das duas últimas décadas do século XIX, a que deu ao mundo Machado de Assis, Joaquim de Sousândrade, Raul Pompeia, Cruz e Sousa, alcançando, já no século XX (mas seus contemporâneos), Euclides da Cunha, Lima Barreto, Pedro Kilkerry, Augusto dos Anjos. São escritores que foram contemporâneos, criando nossa Modernidade poética juntos, ainda que a historiografia literária brasileira insista, em sua preguiça demente, em separá-los por escolinhas literariazinhas, fazendo daqueles textos geniais ilustraçõezinhas de estilinhos europeus. Discuti a relação entre esta Modernidade e o Modernismo do Grupo de 22, mas não tenho espaço para elaborar a ideia aqui, por ora.
É provavelmente um erro postar esta lista aqui, pois conheço bem a fobia dos brasileiros por listas deste tipo. Não haverá apenas um, provavelmente, daqueles que não estão realmente interessados em crítica e poesia, mas tão-só no tal de Cânone, que se ofenderá. Mas eu não tenho tempo a perder com a neurose alheia, basta-me a minha, e como sei que há muito mais leitores interessados e inteligentes neste espaço que os usuais anônimos iracundos, posto aqui a lista, na esperança sincera de uma conversa adulta com quem quer que a deseje, se a desejar.
NÃO É PROPOSTA DE CÂNONE. Não estou sugerindo qualquer evolução, qualquer teia de heranças. A organização cronológica é mera conveniência aqui. Nas palestras, com exceção do primeiro dia em que fui de Sousândrade a João Cabral, saltei entre décadas e poéticas. Entre os contemporâneos, os vivos, estes são alguns dos poetas que me interessam. Quisera apresentar ainda mais poetas, mas o espaço era reduzido, e só pudemos, em muitos casos, ler um único poema.
NOTA IMPORTANTE: ainda que Paula Abramo tenha traduzido vários poemas especialmente para estas palestras, a seleção dos textos de cada poeta teve que se restringir na maioria dos casos a traduções disponíveis. Houve poemas que eu gostaria muito de ter apresentado e comentado, como "A Última Elegia", de Vinícius e Moraes - talvez seu melhor poema, ou "Cismas do destino", aquela coisa incrível de Augusto dos Anjos. Não foi, infelizmente, possível traduzir os textos, tão complexos, a tempo. O trabalho seguirá. Paula Abramo e eu pretendemos iniciar uma página com estes textos, que traga traduções inéditas e apresentações críticas de cada poeta, uma espécie de ponte entre Brasil e México. O primeiro nome que dei à palestra foi "Poesia Brasileira entre a Segunda e a Terceira Guerras Mundiais", pois pretendia falar sobre o pós-guerra e discutir um pouco minhas ideias sobre a historicidade poética, sobre a ideia de um poema pré-distópico, questionando os equívocos atuais de certas poéticas que se querem "trans-históricas". Como tudo começou por fim com Sousândrade, devo chamar a "antologia" agora:
(Última nota: seria uma demonstração de generosidade se escolhessem alegrar-se com as inclusões antes de se irarem demasiado pelas exclusões. Há alguns poetas que respeito que ficaram de fora. Entrarão, porém, na página eletrônica que Paula Abramo e eu prepararemos.)
POESIA BRASILEIRA ENTRE A GUERRA DO PARAGUAI E A TERCEIRA GUERRA MUNDIAL
Sousândrade
"O inferno de Wall Street"
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Cruz e Sousa
"Litania dos pobres"
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Augusto dos Anjos
"Monólogo de uma sombra" "Soneto a meu filho morto"
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Manuel Bandeira
"Poética" "O cacto" "Vou-me embora pra Pasárgada"
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Oswald de Andrade
"Cântico dos cânticos para flauta e violão" "Manifesto Antropofágico"
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Carlos Drummond de Andrade
"Poema de sete faces" "Elegia 1938" "A Máquina do Mundo"
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Murilo Mendes
"Janela do caos"
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Henriqueta Lisboa
"O ser absurdo" "O mito"
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Vinícius de Moraes
"Soneto da separação" "Poética" "A brusca poesia da mulher amada"
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Cecília Meireles
"Mar absoluto" "Reinvenção"
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Jorge de Lima
"A ave" "Invenção de Orfeu" (excerto)
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João Cabral de Melo Neto
"Psicologia da composição" "Uma faca só lâmina"
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Haroldo de Campos
"Galáxias - e começo aqui" (na voz do próprio autor) "Galáxias - circuladô de fulô" (na composição musical de Caetano Veloso) "o â mago do ô mega" "nascemorre"
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Décio Pignatari
"hembra hambre hombre" "beba coca cola" (com composição sonora de Gilberto Mendes e em vídeo)
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Augusto de Campos
"pulsar" (com a composição sonora de Caetano Veloso) "cidade city cité" (na voz do próprio Augusto de Campos)
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Paulo Leminski
"um dia a gente ia ser homero" "eu queria tanto" "Desencontrários"
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Leonardo Fróes
"Metafísica e biscoito"
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Sebastião Uchoa Leite
"Biografia de uma ideia"
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Roberto Piva
"A piedade" "Praça da república dos meus sonhos" "Piazza 10"
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Orides Fontela
"Múmia" "Clima"
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Wally Salomão
"Retrato de um senhor"
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Ana Cristina Cesar
"Arpejos" "21 de fevereiro" "Nada, esta espuma"
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Zuca Sardan
"Tropicália"
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Francisco Alvim
"Muito obrigado" "Descartável" "Argumento"
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Paulo Henriques Britto
"Dez Sonetóides mancos III"
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Lu Menezes
"Molduras"
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Josely Vianna Baptista
"vivos em meu corpo (sílex in"
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Carlito Azevedo
"Vaca negra sobre fundo rosa"
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Jussara Salazar
"Splendor Fulgores"
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Ricardo Aleixo
"Paupéria revisitada" "o real irreal" (composição sonora e em vídeo)
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Marcos Siscar
"Tome seu café e saia" "Dor" "O poeta decide ser Borges"
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Hilda Machado
"Miscasting"
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Marília Garcia
"Le pays n´est pas la carte" "Svetlana"
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Fabiano Calixto
"E-mail para Carlito Azevedo"
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Izabela Leal
"Fuga em dó maior"
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Dirceu Villa
"O cutelo"
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Pádua Fernandes
"Prelúdio imóvel e desenvolvimentos"
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Eduardo Jorge
"Diante de uma paisagem pensou: Kierkegaard"
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Laura Erber
"Geografia de Salinas"
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Marcelo Sahea
"Clonazepan" "Menos é mais"
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Angélica Freitas
"dentadura perfeita" "ai que bom seria ter um bigodinho" "família vende tudo" "love me" "às vezes nos reveses"
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Ana Guadalupe
"pé esquerdo"
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Érico Nogueira
"Deu branco"
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Juliana Krapp
"Limite" "Permanência"
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Érica Zíngano
"Os conservadores deveriam fazer alguma coisa de útil"
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Ismar Tirelli Neto
"Preocupações épicas"
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Victor Heringer
"Meridiano 43"
(NOTA: por um descuido na hora de fotocopiar a apostila, ainda que estivesse na lista com vários poemas Hilda Hilst acabou ficando de fora, algo pelo qual não hei-de me perdoar. Mas Paula Abramo e eu temos o projeto de preparar uma pequena antologia, onde ela certamente terá destaque. Outra ausência séria é a de Pedro Kilkerry, pela qual peço aqui, publicamente, perdão.)
No último dia na Bélgica, participamos de uma conversa entrecortada por leituras de poemas na Librarie Quartiers Latins, em Bruxelas. Trata-se de uma livraria especializada em literatura belga de expressão francófona. Eles têm, no entanto, uma seleção ótima de poesia e prosa estrangeiras em tradução para o francês. Fomos cumprimentados logo na bancada de entrada por uma bela edição em francês dos poemas de Ana Cristina Cesar. Em conversa com Philippe Hunt, que fez a moderação de nossa mesa de leituras e debate com o público (incrível o número de belgas que apareceram nas leituras falando português fluente), e também com Thierry Leroy, o editor da antologia bilíngue português/francês lançada pela editora Le Cormier por ocasião do Europalia, Marília Garcia e eu encontramos graças às sugestões deles alguns livros de poetas belgas contemporâneos que logo aparecerão na Modo de Usar & Co..
O debate foi muito bom, e fiquei surpreso, por exemplo, com o quanto discutimos os efeitos da ditadura militar sobre o Brasil de hoje, a relação da poesia brasileira com o período e também com suas consequências, com um público belga interessadíssimo, e que parecia conhecer bem o que discutíamos.
Passei minha última noite em Bruxelas ao lado do meu queridíssimo J.C., numa reprise linda daquelas reprises que menciono em meu poema "O acordeonista da Catedral de Bruxelas". Algumas pessoas simplesmente são capazes de revigorar nossos poros.
Estou de volta a Berlim, fazendo os últimos preparativos para minha viagem ao México, onde darei uma conferência sobre poesia contemporânea brasileira no Centro Cultural Brasil-México, entre os dias 13 e 15 de dezembro. Encerro minha primeira passagem pelo país dos grandes poetas Xavier Villaurrutia (1903 - 1950) e Salvador Novo (1904 – 1974) com uma leitura no dia 16 de dezembro na Casa Refugio Citlaltépetl, onde serei recebido e terei a honra de ler com três dos poetas mexicanos contemporâneos que mais respeito: Julián Herbert, Luís Felipe Fabre e Minerva Reynosa. Por uma coincidência que me deixou muito feliz, o poeta argentino Ezequiel Zaidenwerg, que também respeito tanto, estará de passagem pela Cidade do México naquela semana e participará da leitura. Devo acrescentar que tudo isso está acontecendo graças ao entusiasmo de Paula Abramo, embaixadora da poesia brasileira no México.
Sendo assim, nesta sexta-feira voo para o Rio de Janeiro, fazendo uma passagem relâmpago de cerca de 32 horas antes de embarcar para a Cidade do México, onde fico então cerca de 10 dias, voltando depois ao Brasil para ver minha família, meus amigos amados e lançar meu novo livro de poemas, chamado Ciclo do amante substituível (Rio de Janeiro: 7Letras, no prelo).
Estou entre os poetas convidados pelo festival mexicano Proyecto Enclave, que está acontecendo desde quinta-feira, 24 de fevereiro, e se estenderá até sábado, 5 de março, nas cidades de Colima, Querétaro e na capital Cidade do México, ou D.F., como eles dizem. O projeto reúne poetas-tradutores que vivem fora de seus países, dialogando entre sua primeira língua e a língua adotiva, entre sua tradição nacional e a do país de eleição. Com poucos recursos, como é geralmente o caso de festivais latino-americanos, os organizadores driblaram o problema da seguinte maneira: editando uma antologia com poemas de todos os autores convidados e, dos que não puderam ir ao México, apresentando nos vários institutos e locais sediando o festival em Colima, Querétaro e Cidade do México vídeos dos poetas com as leituras dos poemas incluídos na antologia. O volume traz três poemas meus: "Entre o fogo e a derme", "Texto em que o poeta celebra o amante de vinte e cinco anos" e "Mula". Com minha câmera de vídeo quebrada, recorri a um amigo que me filmou lendo os dois primeiros poemas, e, do texto "Mula", incluí no vídeo a peça sonora criada pelo duo Tetine, com vídeo do alemão Eugen Braeunig. Mostro abaixo o vídeo precário mas simpático que está sendo apresentado no México durante estes dez dias, com os dois poemas e "Mula". Termino a postagem com a programação em castelhano do Proyecto Enclave, que tem direção de Maura Salvo.
Leitura em vídeo para o festival mexicano Proyecto Enclave, seguida da peça sonora "Mula", colaboração com o duo Tetine.
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De lo vernáculo a lo global, de ida y vuelta
Enclave, poesía en diálogo.
Enclave. Poesía en diálogo nació como un proyecto —organizado por Eudora Proyecto Global—, en el que estarían algunos poetas y críticos cuyo trabajo nos entusiasma. Hablarían de su relación con la lengua en que escriben, ya que muchos son traductores o artistas poseedores de una “lengua materna”, oficial, y una “lengua poética”, elegida. Emigrantes por asuntos políticos, culturales, académicos, o por el mero placer de complicarse la vida un rato. Voces que transforman o, si se quiere, que anuncian. Otros más serían seres transfronterizos, habitantes de la palabra con un pie en territorio ecléctico. Luego más se interesaron.
Nos apoyan la xxxii Feria del Libro del Palacio de Minería, la Secretaría de Cultura del Estado de Colima con el Programa de Fomento a la Lectura, la Universidad del Claustro de Sor Juana a través del Programa de Escritura Creativa, el Instituto Queretano para la Cultura y las Artes, la revista Literal y un grupo de entusiastas que nos han ayudado para lograr que algo pequeño, casi familiar, sea un proyecto de mayor alcance.
Una producción a escala micro se volvió algo global. Y no es broma. Somos un territorio en constante cambio, urbano, textual y paratextual, donde lo vernáculo exuda frontera, romance, nórdico o germánico al ritmo del tango o en una serie de videos creados exprofeso para los espectadores mexicanos para demostrar que las fronteras no son impedimento. Para nosotros las fronteras no existen; ni geográficas ni imaginarias. Imagen, sonido y movimiento entrelazados en poesía. Los habitantes de este espacio son unos atrevidos, polígamos artísticos que creen en la necesidad de renovar los soportes. Así fue como Enclave. Poesía en diálogo se volvió un proyecto que espera tener muchas versiones para atestiguar la creatividad de estos seres poéticos y transfronterizos, a quienes observamos e invitamos. A quienes queremos ustedes conozcan.
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· ENCLAVE. Poesía en diálogo en COLIMA
Del jueves 24 al sábado 26 de febrero
· ENCLAVE. Poesía en diálogo en México D.F.
ENCLAVE. Poesía en diálogo en la XXXII FERIA DEL LIBRO DEL PALACIO DE MINERÍA
Lunes 28 de febrero de 19:00 a 19:45 hrs. Recital poético interdisciplinario. Poesía en acción. Poesía polidiscursiva. Con Lalo Barrubia (Suecia-Uruguay), Minerva Reynosa (Monterrey) y videopoemas creados ex profeso para Enclave de Yanko González (Chile), Ricardo Domeneck (Alemania-Brasil), Gustavo Barrera (Chile) y Timo Berger (Alemania) Presenta: Maura Salvo (Chile). CAPILLA.
Martes 1 de marzo de 19:00 a 19:45 hrs. Mesa de discusión. Desde la extranjería: lenguajes y lenguas apropiadas.Con Rike Bolte (Alemania), Abril Castro (Tijuana-DF), Ulrika Serling (Suecia). Presenta: Rose Mary Salum (EUA-México). CAPILLA.
Miércoles 2 de marzo de 19:00 a 19:45 hrs. Recital poético interdisciplinario. Enclave. El mundo es un pañuelo: Poesía desde todos lados y desde aquí. Con Andrea Fuentes Silva (México), Rocío Cerón (México), Roxana Crisólogo (Perú-Finlandia), Gustavo Barrera, Yanko González (Chile). Presenta: Jorge Betanzos (México). CAPILLA.
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ENCLAVE. Poesía en diálogo visita CASA VECINA
Lunes 28 de febrero de 17 a 18:00 hrs. Mesa redonda Poesía y transdisciplina. Con Ulrika Selring (Suecia), Rike Bolte (Alemania), Roxana Crisólogo (Perú-Finlandia) y Lalo Barrubia (Uruguay-Suecia). Modera: Maura Salvo. 1er Callejón de Mesones 7 esquina con Regina, Centro Histórico.
ENCLAVE. Poesía en diálogo visita al PROGRAMA DE ESCRITURA CREATIVA de la UNIVERSIDAD DEL CLAUSTRO DE SOR JUANA
Martes 1 de marzo de 17:00 a 18:00 hrs. Enclave. El mundo es un pañuelo: Poesía desde todos lados y desde aquí(recital poético interdisciplinario). Con Lalo Barrubia (Suecia-Uruguay), Minerva Reynosa (Monterrey), Abril Castro (Tijuana-DF), Ulrika Serling (Suecia), Rocío Cerón (México), Roxana Crisólogo (Perú-Finlandia), Andrea Fuentes Silva (México), Jorge Betanzos (México).
Izazaga 92, Centro Histórico. Metro Isabel la Católica. Aula Magna.
ENCLAVE. Poesía en diálogo visita el IMJUVE
Miércoles 2 de marzo de 19:30 en adelante. Fiesta de clausura y participación interdisciplinaria de los poetas participantes. Proyección de videopoemas creados ex profeso para Enclave de Yanko González (Chile), Ricardo Domeneck (Alemania-Brasil), Gustavo Barrera (Chile) y Timo Berger (Alemania).
Serapio Rendón No. 76, Col. San Rafael, Del. Cuauhtémoc,, México, D.F
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· ENCLAVE. Poesía en diálogo en QUERÉTARO.
ENCLAVE. Poesía en diálogo visita al Instituto Queretano para la Cultura y las Artes a través del Centro Estatal de las Artes
Jueves 3, Centro Estatal de las Artes 17:00 hrs. Poesía en acción. Poesía polidiscursiva (recital poético interdisciplinario). Con Lalo Barrubia (Suecia-Uruguay), Jorge Betanzos (México), Minerva Reynosa (Monterrey) Presenta: Maura Salvo (Chile)
Viernes 4, Centro Estatal de las Artes 17:00 hrs. Desde la extranjería: lenguajes y lenguas apropiadas (mesa de discusión). Con Rike Bolte (Alemania), Abril Castro (Tijuana-DF), Ulrika Serling (Suecia) Presenta: Luis Alberto Arellano (México)
Sábado 5, Centro Estatal de las Artes, 17:00 hrs. Enclave. El mundo es un pañuelo: Poesía desde todos lados y desde aquí (recital poético interdisciplinario) Con Rocío Cerón (México), Roxana Crisólogo (Perú-Finlandia), Abril Castro (México), Andrea Fuentes Silva (México) y videopoemas creados ex profeso para Enclave de Yanko González (Chile), Ricardo Domeneck (Alemania-Brasil), Gustavo Barrera (Chile) y Timo Berger (Alemania).
Brindis de cierre, exposición Benjamín R. Moreno, 20:00hrs
Arteaga 98, Centro Histórico, a un lado de Santa Rosa de Viterbo, Querétaro