Ricardo Domeneck e Marília Garcia, editores-coruja da Modo de Usar & Co.,
na Maison de la Poésie, Namur, Bélgica. Foto de Arnaud de Schaetzen.
na Maison de la Poésie, Namur, Bélgica. Foto de Arnaud de Schaetzen.
A manhã de sexta-feira começou com rojões, mas não era exatamente para celebrar a presença de quatro poetas brasileiros na cidade. Era a vez dos habitantes da capital oficial da Europa protestarem contra os planos de austeridade do Governo Belga, por conta e consequência das catástrofes de especuladores norte-americanos que explodiram em 2008. Francisco Alvim, Lu Menezes, Marília Garcia e eu, após o café-da-manhã no hotel, saímos para as ruas para acompanhar e observar os slogans e reivindicações da população bruxelense.
Os protestos estão explodindo por toda a Europa, da Espanha à Grécia, da Inglaterra à França. Na Alemanha, que tenta equilibrar os pratos bambos da União Europeia, as coisas parecem calmas, ainda que a população comece a se perguntar se o país pode mesmo dar ordem à confusão deste novelo embaraçadíssimo. É muito esclarecedor observar o que ocorre nos países vizinhos. O Brasil e a Alemanha parecem ter-se saído com arranhões mas sãos da crise iniciada em 2008, ou será ilusão? Meus amigos e eu temos sentido na carne o aumento abusivo dos aluguéis em Berlim, do preço da comida. Berlim já não é a cidade que era quando cheguei.
Mais tarde, Marília e eu seguimos para livrarias, queríamos pesquisar poesia belga para futuras traduções e artigos na Modo de Usar & Co.. Eu queria também tentar encontrar mais livros de Gerard Reve (ver postagem anterior). Encontramos algumas coisas interessantes, mas fomos aconselhados a tentar a Librarie Quartiers Latins, onde há tudo o que se busca de prosa e poesia belgas. Como era justamente a livraria onde faríamos a leitura de Bruxelas, deixamos o resto da pesquisa para o dia seguinte.
Almoçando, Marília e eu tivemos uma ideia muito legal para um volume de ensaios, para o qual pretendemos convidar alguns poetas em breve. Mais informações assim que a coisa se concretizar.
Estamos filmando as leituras no Europalia para prepararmos um vídeo para a Modo de Usar & Co.. Como eu havia escrito em Bruxelas uma cantiga de escárnio intitulada "Quadrilha irritada", paródia do poema de Carlos Drummond de Andrade, Marília quis que gravássemos a porrada maysada e lupiciníaca a quente. O resultado é o vídeo abaixo:
Ricardo Domeneck - "Quadrilha irritada", cantiga de escárnio e poema satírico-paródico, gravado em Bruxelas, Bélgica, a 2 de dezembro de 2011. Vídeo de Marília Garcia.
Mais tarde, seguimos para Namur, onde lemos novamente os quatro juntos na Maison de la Poésie, numa noite que foi realmente muito legal. O vídeo das leituras seguirá em breve.
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Um comentário:
lindos.
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