Mostrando postagens com marcador markus nikolaus. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador markus nikolaus. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Meu adorado Markus Nikolaus lança nova faixa com seu projeto Lea Porcelain, duo com Julien Bracht


Lea Porcelain - "Bones" (2015)

Markus Nikolaus & Julien Bracht são o duo Lea Porcelain. O EP de estreia sai no mês que vem.

"Do I care about your bones?"

Markus é meu adorado, com quem já compus algumas peças sonoras, e a quem dedico o poema mais longo do meu livro novo, que pode ser lido aqui. Ele acaba de mudar-se para Berlim, após um tempo em Londres. Poucas coisas me fizeram tão feliz este ano. Adorado, idolatrado, salve, salve.

Markus Nikolaus & Julien Bracht ::: LEA PORCELAIN

.
.
.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Lea Porcelain - "Similar Familiar"



Ouçam a estreia do novo duo alemão LEA PORCELAIN, formado por Markus Nikolaus (voz / guitarra) e Julien Bracht (bateria / sintetizadores).


.
.
.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

domingo, 9 de novembro de 2014

Alguns músicos alemães que conheço (1989 - agora)

No aniversário de 25 anos da Queda do Muro de Berlim, alguns amigos que nasceram no dito ano e de lá para cá. Meu jeito de celebrar a efeméride. São pessoas o que importa.

Markus Nikolaus (n. 1989)

Projetos: Cunt Cunt Chanel (solo), The Waves & Us (com Maayan Nidam & Louis McGuire), Us (com Louis McGuire) e Lea Porcelain (com Julien Bracht). Lança seus trabalhos com os selos Wolf + Lamb, Trust e Suena Hermosa.




§

Felix Rupprecht (n. 1989)

Projetos: Drumspoke (solo).




§

Bryan Kessler (n. 1991)

Projetos: Bryan Kessler (solo), The Pollywogs (banda). Lança com os selos tro, Kompakt.



§

Julien Bracht (n. 1991)

Projetos: Julien Bracht (solo), Lea Porcelain (com Markus Nikolaus). Dirige o selo Trust. Lança com os selos Coccoon e Trust.
 

§

Alexander Einetter (n. 1992)

Projetos: Alexander Einetter (solo), O'ld Dog (com Diego Magalhães). Dirige e lança pelo selo Low Money Love Music.



§

Ludwig Roehrscheid (n. 1995)

Projeto solo. Lança com o selo Dora Brilliant.




.
.
.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Nova colaboração com Markus Nikolaus - "The Barbarian Invasions"


Domeneck & Nikolaus - "The Barbarian Invasions"

Text & voice: Ricardo Domeneck / Music: Markus Nikolaus

The barbarian invasions

inhabitant of your
hair a structure
of smells and voice
a skin of one´s own
like a membrane
admitting no
osmosis no traffic
open and close
your hands fingers
as your most expensive
travelling equipment
your mouth moisture
the only liquid allowed
past airport security

species genus family
order class phylum
kingdom domain
father
not in heaven plays
the census of gender
according to method
of reproduction
mother
like a virgin plays
the large machinery
producing milk & other
secretive secretions
both perform
the monthly
waste of fluids
erecting a wall
of china for dinner

as birthright a syntax
to obey & a dictionary
to quote
from all said and done
if a border is the largest
organ of a country
migrate with migraine
nomadic in oblivion
for the manifold
stations of distance

the place you left
ends as the finish
line of the race
for your body
displacement
cross an ocean
in search
of the miraculous”
from ex-pariah
to expatriate
in the high culture
& haute couture
of new centripetal masters

watch the orgy of hosts
and guests and say: “far
from me
to interfere with the interior
design of your wholly
homogeneous country”

still the only
travel guide: leave
and lose door
keys and the house
all names and the lovers
attached to the names
a city a river a familiar
arrangement of trees

design build remodel
your cave your castle
a shell a solace bunker
with the skin you shed
with the hair you seed
and grow and reap
from your body
no exile is feasible
pack your bones
and leave home
with the attitude
of the first visigoth
at the gates of rome

.
.
.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

THE WAVES & US - "With Any Future" (Wolf + Lamb Records, 2014)

The Waves & Us
(Markus Nikolaus, Maayan Nidam and Louis McGuire)

Sai hoje em Nova Iorque o primeiro lançamento do trio THE WAVES & US, do meu amigo e colaborador idolatrado Markus Nikolaus salve salve, com Maayan Nidam e meu mestre zen Louis McGuire. Deem uma olhada, ouçam, espalhem.

THE WAVES & US - "With Any Future" (Wolf + Lamb Records, 2014)

.
.
.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Ouçam "Muddy Waters", dos meus queridos Markus Nikolaus & Louis McGuire (o duo berlinense Us)


Markus Nikolaus & Louis McGuire

Markus Nikolaus e Louis McGuire são dois dos meus mais queridos e próximos amigos nestes dois últimos anos de Berlimbo. Já falei muito sobre Markus aqui, e preparei uma postagem também sobre o trabalho sonoro de Louis na Modo de Usar & Co..

No melhor espírito berlinense, onde ser amigo significa colaborar e criar juntos, Markus e Louis vêm compondo juntos há algum tempo, e, assinando agora como o duo Us – lançam seu primeiro single,  intitulado Muddy Waters, pelo selo dirigido por Julien Bracht em Frankfurt, Trust. Julien foi ainda responsável pelos dois remixes.

Ouçam meus dois queridos, Markus idolatrado salve salve e o ruivo zen Louis, com suas águas cristalinamente lamacentas.

O nome do duo vem do fato de já colaborarem com Maayan Nidam no trio The Waves & Us. Como Maayan se apresenta sozinha como The Waves, os dois decidiram que juntos seriam o Us. Muito carinho para todos os envolvidos.




.
.
.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Burocracia no céu ou senso de humor no inferno?





Domeneck & Nikolaus - "Heaven Burocracy" (2014)

maybe heaven burocracy
or sense of humor in hell
that I was meant for you
but you for someone else

maybe the postman mixed
or confused our addresses
in the end we got drafted
to these opposite trenches

maybe this entire time
you were a double agent
or your loyalty wavered
left me on the loser side

.
.
.


segunda-feira, 21 de julho de 2014

Novíssima peça sonora: "Animal sentinels" (2014) - Domeneck & Nikolaus



Markus veio aqui pra casa e passamos a tarde de sexta-feira trabalhando nessa peça. Louis apareceu com cervejas e preparou umas batidas adicionais.

 
Domeneck & Nikolaus - "Animal sentinels" 2014). 
Text by Ricardo Domeneck. Music by Markus Nikolaus. Additional beats by Louis McGuire.


Animal sentinels

We will send the canaries in first.
The canaries will guide us in the dark.
Send in the canaries

There shall be time to evacuate Hoboken
There shall be time to shield Alphabet City
There shall be time to alert the population of New Orleans

We will send the canaries in first
The canaries will lead the way in the cold
Send in the canaries

There shall be time to evacuate Camden
There shall be time to shield Amsterdam
There shall be time to alert the population of New Delhi

We will send the canaries in first.
The canaries will show us the dangers ahead.
Send in the canaries

There shall be time to evacuate Copacabana
There shall be time to shield Tokyo
There shall be time to alert the population of New Providence

But the canaries have been so quiet
The canaries havent moved
For a long time

If there are any canaries left
Send in the canaries

.
.
.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Imagem & Som para a performance "Quede Qaddish", com Markus Nikolaus, no MMK-Frankfurt


No ano passado, quando fui convidado a fazer uma performance no programa paralelo da retrospectiva de Hélio Oiticica no Museu de Arte Moderna de Frankfurt, preparei em colaboração com meu parceiro alemão Markus Nikolaus uma peça que chamei de "Quede Qaddish", com um poema simples seguido da lista de desaparecidos da Ditadura - lista à qual incluí nomes como o de Amarildo de Souza e Oziel Gabriel. Hoje, incluiria na performance do texto o nome de Cláudia Silva Ferreira. Por imagem, um slideshow com fotos de vários deles, unido ao texto vocalizado e a música composta e tocada ao vivo por Markus. Queria preparar um vídeo com a peça para hoje, mas não consegui terminá-lo. Posto então aqui, apenas pelo dia de hoje e em homenagem aos que foram e são mortos pelos Militares brasileiros desde 1964, o texto da performance, abaixo, com o slide e música no vídeo, acima.

Quede Qaddish

O corpo
também é penetrável.
Bala, eletrochoque,
rato, faca.

O corpo
também é flexível.
Forca, cadeira do dragão,
geladeira, pau-de-arara.

O corpo
também é irrastreável.
Vala comum, deserto,
Oceano Atlântico.

O corpo
também é catalogável.
Arquivos do Exército,
Marinha, Aeronáutica.

Lista de chamada:
Dilma Rousseff, presente.

Ausentes:

Adriano Fonseca Filho
Aluísio Palhano Pedreira Ferreira
Amarildo de Souza
Ana Rosa Kucinski Silva
André Grabois
Antônio ´Alfaiate´
Antônio Alfredo Campos
Antônio Carlos Monteiro Teixeira
Antônio de Pádua Costa
Antônio dos Três Reis Oliveira
Antônio Guilherme Ribeiro Ribas
Antônio Joaquim Machado
Antônio Teodoro de Castro
Arildo Valadão
Armando Teixeira Frutuoso
Áurea Eliza Pereira Valadão
Aurino Pereira dos Santos Pataxó Hã-Hã-Hãe
Aylton Adalberto Mortati
Bergson Gurjão Farias
Caiupy Alves de Castro
Carlos Alberto Soares de Freitas
Celso Gilberto de Oliveira
Celso Rodrigues Guarani-Kaiowá
Chico Mendes
Cilon da Cunha Brun
Ciro Flávio Salasar Oliveira
Cláudia Silva Ferreira
Custódio Saraiva Neto
Daniel José de Carvalho
Daniel Ribeiro Callado
David Capistrano da Costa
Dênis Casemiro
Dermeval da Silva Pereira
Dinaelza Soares Santana Coqueiro
Dinalva Oliveira Teixeira
Divino Ferreira de Sousa
Dorothy Stang
Durvalino de Souza
Edgard Aquino Duarte
Edmur Péricles Camargo
Eduardo Collier Filho
Elmo Corrêa
Elson Costa
Enrique Ernesto Ruggia
Ezequias Bezerra da Rocha
Félix Escobar Sobrinho
Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira
Francisco Manoel Chaves
Galdino Jesus dos Santos
Gilberto Olímpio Maria
Guilherme Gomes Lund
Heleni Telles Ferreira Guariba
Helenira Rezende de Souza Nazareth
Hélio Luiz Navarro de Magalhães
Hiran de Lima Pereira
Honestino Monteiro Guimarães
Idalísio Soares Aranha Filho
Ieda Santos Delgado
Isis Dias de Oliveira
Issami Nakamura Okano
Ivan Mota Dias
Jacinto Rodrigues Pataxó Hã-Hã-Hãe
Jaime Petit da Silva
Jana Moroni Barroso
Jayme Amorim Miranda
João Alfredo Dias
João Batista Rita
João Carlos Haas Sobrinho
João Cravim Pataxó Hã-Hã-Hãe
João Gualberto Calatroni
João Leonardo da Silva Rocha
João Massena Melo
Joaquim Pires Cerveira
Joaquinzão
Joel José de Carvalho
Joel Vasconcelos Santos
Jorge Leal Gonçalves Pereira
Jorge Oscar Adur (Padre)
José Humberto Bronca
José de Jesus Silva Pataxó Hã-Hã-Hãe
José Lavechia
José Lima Piauhy Dourado
José Maria Ferreira Araújo
José Maurílio Patrício
José Montenegro de Lima
José Pereira Pataxó Hã-Hã-Hãe
José Porfírio de Souza
José Roman
José Toledo de Oliveira
Kleber Lemos da Silva
Libero Giancarlo Castiglia
Lourival de Moura Paulino
Lúcia Maria de Sousa
Lúcio Petit da Silva
Luís Almeida Araújo
Luís Eurico Tejera Lisboa
Luís Inácio Maranhão Filho
Luiz René Silveira e Silva
Luiz Vieira de Almeida
Luíza Augusta Garlippe
Manuel José Nurchis
Marcos Veron Guarani
Márcio Beck Machado
Marco Antônio Dias Batista
Marcos José de Lima
Maria Augusta Thomaz
Maria Célia Corrêa
Maria Lúcia Petit da Silva
Mariano Joaquim da Silva
Mario Alves de Souza Vieira
Maurício Grabois
Miguel Pereira dos Santos
Nelson de Lima Piauhy Dourado
Nestor Veras
Norberto Armando Habeger
Onofre Pinto
Orlando da Silva Rosa Bonfim Júnior
Orlando Momente
Oziel Gabriel
Paulo César Botelho Massa
Paulo Costa Ribeiro Bastos
Paulo de Tarso Celestino da Silva
Paulo Mendes Rodrigues
Paulo Roberto Pereira Marques
Paulo Stuart Wright
Pedro Alexandrino de Oliveira Filho
Pedro Carretel
Pedro Inácio de Araújo
Ramires Maranhão do Vale
Rodolfo de Carvalho Troiano
Rosalindo Souza
Rubens Beirodt Paiva
Ruy Carlos Vieira Berbert
Ruy Frazão Soares
Sérgio Landulfo Furtado
Stuart Edgar Angel Jones
Suely Yumiko Kamayana
Telma Regina Cordeiro Corrêa
Thomaz Antônio da Silva Meirelles Neto
Tobias Pereira Júnior
Uirassu de Assis Batista
Umberto Albuquerque Câmara Neto
Vandick Reidner Pereira Coqueiro
Virgílio Gomes da Silva
Vitorino Alves Moitinho
Walquíria Afonso Costa
Wálter de Souza Ribeiro
Wálter Ribeiro Novaes
Wilson Silva

O corpo
também é penetrável.
Bala, eletrochoque,
rato, faca.

O corpo
também é flexível.
Forca, cadeira do dragão,
geladeira, pau-de-arara.

O corpo
também é irrastreável.
Vala comum, deserto,
Oceano Atlântico.

O corpo
também é catalogável.
Arquivos do Exército,
Marinha, Aeronáutica.

.
.
.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

domingo, 12 de janeiro de 2014

Texto em que o poeta faz uma demonstração pública de afeto a Markus Nikolaus, enquanto relata em numéricos estágios a transição de Eros a filiar-se rumo ao Ágape

                         "Where there is personal liking we go."
                                                        Marianne Moore

1.

Não é segredo 
a ninguém
ao menos 
em Berlim
que lhe ofereci 
aquele drink
quando primeiro 
o vi
com hormônios
em brasa 
de pólvora.
Queria braços 
e pernas 
de polvo.

Era óbvio
e claro
que não faço
o seu genre
ou pertenço
ao gender
propenso,
e é outro
seu jogo.
É sempre
o caso
quando gosto
de um menino
com trejeitos
de touro.

2.

Você me acolhe como comparsa
de alcaloides e álcoois no quarto:
quisera ser cúmplice doutros atos.
Mas não importa nessa co-aurora.
Coisa glabra estirada sobre a cama
é alegria felpuda sem tamanho.

3.

Os seus hematomas 
de moleque pipocam,
roxos, azuis, pelo corpo, tanto
corpo, como se fosse inchando
de tônus em músculo, pujança
de carne tesa, tôrax inflando
-se expectorante, enquanto
ouço as tosses e acompanho
os movimentos, expectante
a cada ascensão montante,
como fosse eu dependente
desses pulmões rangentes,
desejoso, entre as costelas,
de ser eu aquela
que foi de Eva.

4.

O que foi que disse
ao Pequeno Príncipe
a raposa,
pequeno príncipe?

Tudo o que espero
é poder compartir
consigo do cativeiro,
mútuo e mesmo.

5.

É tão conflitante
ter afetos em dilema,
eros a filiar-se
rumo ao ágape,
e nem foi preciso
vir via ciconiiforme
para gerar estorge,
mutação em estad
ainda transiente
que de mim faz mãe
pouco ou nada casta.

Por vezes, quer-se ente,
às vezes quer-se Jocasta.

Sente-se tal avô, avó.
Logo, de Davi, Jônatas.

6.

São criaturas como você,
aviador que se pergunta
se o mundo é talvez a lua
e que nomeio com ternura
my favorite space cadet,
que semeiam a dúvida
em mim se Camões
estava certo porventura
em dizer superiores
as amizades aos amores,
se em mim confundem
-se, tais outrora aturdidos
aqueles agricultores
perante as primeiras
cercas erguidas
nos Commons.

7.

W.H. Auden disse ter tido
muito mais prazer erótico
em colaborações artísticas
que na mescla dos lençóis.
Façamos portanto canções,
se nunca poderíamos filhas.

8.

Eles sempre saem vitoriosos
mesmo batendo em retirada:

uns, nós 
tornamos persona non grata
e outros

enrolam-se-nos, tais nós,
e nos deixam tatuadas.

9.


Somos tão distintos
e nada diferentes.
Respeitamos ambos
as Musas e os anjos,
mas a nosso duende
é que dedicamos
a nossa allegiance.

10.

Mais de uma década
separa a doação à luz
que foi você – aquela
que hoje agradeço
como se a luz
quiçá fosse eu –,
e o meu vagido
primevo e espargido
de bezerro no escuro.

Com a ansiedade
dum atalaia ou mãe
acompanho você
durante a quebra
da adultez inevitável,
aquela primeira,
por volta dos vinte
e tantos danos,
quando se descobre
que o ocaso
é de estanho ou cobre,
não d'ouro.

11.

Você decerto já sentiu
como sou possessivo
e quero, mesmo amigos,
não precisar dividi-lo
às vezes. Compartilha
-se filho? De que jeito?

No júbilo do óvulo,
no óbvio da barriga.

Só me é possível
ser como novelo
nos seus lóbulos,
feito invólucro
proteger do frio
as suas orelhas,
os seus ouvidos.

12.

Na velhice do ágape
que se encarna e filia,
ao suplantá-lo supriu
a juventude do início
de um eros reprimido,
aquele míope cupido
que nunca pergunta
se o alvo
em mira
é menino
ou menina
quisto
ao lado,
mas a si me uniu,
querido,
quando usou suas flechas
sem seu qualquer interesse
em me coçar com feridas
ao saírem do seu alforje,
mas são cicatrizes hoje
benvindas e benditas
pois o trouxeram à vida
que chamo de minha,
mendigo de minutos,
e o que aqui lhe digo
em caráter público
é tão-só isso:
dos melhores amigos
que eu seja o mais fiel
dos sobrevivos 
e dos súditos.




Bebedouro, 12 de janeiro de 2014, no dia em que Markus Nikolaus completa um quarto de século.


§ 




§





§




§




.
.
.

Feliz aniversário, Markus Nikolaus.



Conheci meu amigo Markus Nikolaus há quase um ano. Foi no dia 15 de janeiro de 2013. Hoje é aniversário de Markus, que nasceu em Erfurt a 12 de janeiro de 1989. Em um ano, ele se tornou uma das pessoas mais importantes em minha vida. Meu parceiro na dupla Domeneck & Nikolaus. Eu amo esse moleque. Happy birthday, space cadet.


Markus Nikolaus a.k.a. Cunt Cunt Chanel - "You´re not dead, you are just a kid in a suit"


§

 

Markus Nikolaus a.k.a. Cunt Cunt Chanel - "Fill up the hollow with sorrow"

.
.
.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Meus amigos andam ocupados: postagem com poemas, canções, entrevistas e outras belezas recentes de companheiros

Postagem com algumas das belezas que aqueles que tenho a sorte de chamar de amigos ou companheiros lançaram no mundo nos últimos tempos.


Parte 1


Preparando-se para o lançamento de seu novo álbum, All Love´s Legal (Human Level Rec.) em fevereiro de 2014, a maravilhosa Jam Rostron a.k.a. Planningtorock lançou o vídeo para sua nova faixa "Human Drama", que pode ser visto na revista Dazed & Confused. Abaixo, a intro do novo álbum, "Manifesto".


§

A poeta e artista visual anglo-norueguesa Hanne Lippard criou uma conta no Soundcloud, na qual começou a desaguar seus excelentes e inteligentes poemas vocais. Chamo a atenção para esta peça, "Boys". Visitem e sigam a conta toda. Vocês podem ler uma entrevista recente dela na revista aqnb.



§

O duo Tetine, Eliete Mejorado e Bruno Verner, lançou dois álbuns este ano: Voodoo Dance & Other Stories (Slum Dunk, 2013) e Mother Nature & Black Semiotics (Wet Dance Recordings, 2013). Ouçam, do último, a faixa "Charlote Maluf".




§

Preparando-se para lançar seu novo álbum em 2014, meu companheiro Black Cracker vem desaguando algumas canções em sua conta do Soundcloud. Ouçam essa joia, "Back".




§

Annika Henderson, melhor conhecida como Anika, permitiu-me publicar dois de seus poemas e uma de suas canções na Hilda Magazine. Abaixo, a pérola que é "Margaret".



"Margaret"
Tight bitter face
scrunched into a fist
this little madam
would benefit quite a bit
from removal of the poker
and gentle rub of the clit
Just a moment of enlightenment
could have transformed
this surfaced bigot
from anally retentive
into wonderfully relaxed
in just one lick
§
Lauren Flax & Lauren Dillard, o duo novaiorquino Creep, lançou seu álbum de estreia - Echoes (2013), pelo qual vínhamos esperando há tempos. Ouçam a faixa com Sia nos vocais.





§

Hermione Frank, mais conhecida como rRoxymore, lançou seu EP "Precarious/Precious" pelo Human Level neste semestre. Vocês já ouviram?




§

Steven Warwick, mais conhecido como Heatsick, lançou há pouco seu álbum Re-Engineering (PAN Rec., 2013), que vem sendo saudado com entusiasmo pela crítica. Vídeos recentes para "Mimosa" e "Clear Channel" podem ser vistos aqui e aqui, respectivamente. Abaixo, o vídeo para "Snakes & Ladders".



§

Uli Buder, mais conhecido como Akia, com quem já colaborei em várias peças e um de meus amigos queridos, segue desaguando suas produções. Aqui, a mais recente:


  

§

Luke Troynar, mais conhecido como Creatures, lançou este ano seu lindo álbum de estreia New Campaigns (Wait! What? Records, 2013). Abaixo, o vídeo ao vivo para a linda "Mirror Mirror".




§

O cantautor alemão Jonas Lieder, um dos meus melhores amigos, continua desaguando suas canções lindas. A mais recente chama-se "Give up".





§

Markus Nikolaus, também conhecido como Cunt Cunt Chanel, compôs essa coisa bonita há pouco tempo, "Robot Hard". E logo abaixo, o vídeo de sua apresentação em Bruxelas, na mesma noite em que Tetine e eu nos apresentamos.


Robot HardThis is me and you being somewhere / This is me and you going to change. / - Being soaked up. / Both go seperate ways, / We both break in days. / I was out here, I came here / Only for a word or three. / Now, it's missing. / This is you , this is me... / Being somewhere / But I was only out here for a word or three / Know what's missing me, oh, its missin' me. / But It Aint Hard, / No, it aint hard. / // This is me, this is you / we both gonna separate / - "Just try to be yourself" / "That's usually the road to disaster!" / But It Aint Hard, It aint hard to see / It aint complex in me. / This is you not sure what to tell me. / We both break into seperate ways. / // This is me and you being somewhere. / It's so hard to take... / But It Aint Hard It aint to see / What is happening in me. / // Just try and be yourself. / Thats usually the road to disaster for me. / // But It Ain't hard, you see. / It's happening in me. / // But It Aint Hard to see / But It Aint Hard to see /

:



Markus Nikolaus a.k.a. Cunt Cunt Chanel - ao vivo em Bruxelas


§

Daniel Saldaña París lançou no México seu primeiro romance, En medio de extrañas víctimas, que vem sendo também saudado com entusiasmo pela crítica.




§ 

Luis Felipe Fabre lançou sua nova coletânea de poemas Poemas de terror y de misterio, do qual extraí  e traduzi a série "Notas en torno a la catástrofe zombi", lançada este ano pela Lummer Editor.
  
   



 §

Preparando-se para lançar seu primeiro EP no ano que vem, pelo selo do clube Dora Brilliant, o produtor alemão Ludwig Roehrscheid permitiu-nos postar duas faixas na Hilda Magazine. Abaixo, uma das faixas.
   

.
.
.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Domeneck & Nikolaus - excertos em vídeo de uma performance em Berlim


Conheci Markus Nikolaus na noite de 15 de janeiro de 2013. É fácil lembrar-me da data, pois fora uma noite especial. Minha querida amiga e cúmplice no crime Annika Henderson, mais conhecida como Anika, tinha uma performance aquela noite no lendário Berghain, ao lado de Trust e Zebra Katz, e eu organizara para eles a festa pós-concerto em um local charmosíssimo da cidade chamado Loftus Hall. Markus, que estava no concerto para assistir justamente ao concerto de Anika, viria para a festa depois, onde nos conhecemos. 

Desde então, Markus, que se apresenta como poeta-músico sob o codinome Cunt Cunt Chanel, tornou-se uma das pessoas mais próximas e importantes em minha vida e começamos a colaborar em peças de spoken word + soundscape, assumindo para o projeto o codinome de dupla eletrocaipira Domeneck & Nikolaus. Apresentamo-nos na Bélgica, ao lado do Tetine, colaboramos em peça para o programa paralelo da retrospectiva de Hélio Oiticica no Museu de Arte Moderna de Frankfurt, e já temos performances programadas para 2014 em Roma, Madri e Barcelona.

O vídeo abaixo foi gravado em nossa última performance, em Berlim, durante a sexta edição do evento que organizo com meu outro grande amigo e cúmplice no crime Black Cracker, chamado READING: a night of text / sound / video, que investiga maneiras alternativas de publicação de texto (publicação no sentido de tornar público), seja em voz, música ou vídeo.

Nele, pode-se ou/ver a última estrofe da nossa primeira peça em colaboração, "Don´t feed the poet", e então na íntegra a peça mais recente, "No vacancies". Abaixo do vídeo, publico o texto da peça.


Domeneck & Nikolaus - performance em Berlim - 
parte da peça "Don´t feed the poet" e ainda "No vacancies" na íntegra.


No Vacancies
Ricardo Domeneck


"Cette vie est un hôpital où chaque malade est possédé du désir de changer de lit."
Charles Baudelaire

It is hard to believe the calendar or trust the GPS when you wish to be out of time, out of place, sharing the oxygen and geography with no other creature. Even harder to accept the clock or the map, so you repeat: “This is Berlin, not Tierra del Fuego, Poughkeepsie or Dubai, much less Hogwarts or Oz.” Here you are, connected, located by satellite, mobile, googlable, always in the attachment, twinkling like a star and twittered, your face on the book, my space is your space. Here I am, with a registered address, full of social security, a part of your whole, a member of the club, a resident, an alien, you can locate me better than I can find my navel, my cock, my anus, I sign up, I type in, I log on, I fade out. 52°30'N 13°23'E. Alone and crowded, hunting for the hole where to stick my entire body, if I could only dig that hole in you. Where is the so-called “The One”, is this some fucking Matrix, the joke is on me, only six degrees of segregation between my body and the perfect lover, maybe here, surely there, in 05°33'N 00°12' W or in 29°39'N 91°07' E, in Viznar, Uppsala or Lhasa, in Curitiba, Oaxaca or Accra. We all happy kids in our own little private hospital beds, our labeled and fashioned and styled pretty hospital beds. No spare rooms. You hum, you whisper, you buzz. “Hey Sister Morphine”, remember when your Nanny would sing you that song, her melons bobbling to the beat of the lullaby. The dogs barking in the neighbor´s yard. Beware of all dogs. You are not welcome here. Go on kid, take your clonazepam, your valerian, your promethazine, your catnip and camomile, sleep tight, here comes the high tide. You have been cheated of ever being at the right place, at the right time. Check your wristwatch, it has stopped, you have no pulse, your heart is clogged, your throat is sore. And this is what they call spring, this sorry excuse for a winter, this toxic rain over plastic flowers. But your hair is natural, your hair your good old friend, never leaves you, never abandons you, your good friend The Hair. And your lungs, tireless pair of things. Your nails, not growing, they don´t grow, what they do is try to escape from you. Your feet forgot the taste of a place. Vacation is over, school is closed, you must move on. Where, you ask. There. Or maybe there. Or there. We don´t have all day. March 19th 2010. 3 euros and 25 cents in your pocket, the one with a hole. There we go. You overslept. Missed the bus. Took the wrong turn. Walked one corner too much, one block too little. You were not the fitting X for the crucial Y. Actually you were lucky your parents ever met. Fucked. Didn´t choose abortion. I will go on mapping my displacement by the coordinates of your restlessness. Thank you very much. I am here, says the map, and elsewhere. Now, says the clock. It is the end and the beginning, and anywhere is only the place to forget the place before. Look at me. Look how I adapt to your natural habitat. Move over, this hospital bed is now mine.


(publicado como texto originalmente na revista alemã Zeitlosschrift, em 2010. Escrito especialmente para a revista, o mote dado aos autores da edição era o verso de Baudelaire que passei a usar como epígrafe).

.
.
.


terça-feira, 26 de novembro de 2013

Segundo episódio de "Unheard & Spoken", programa de rádio do Tetine sobre poesia sonora, que inclui 3 peças minhas



Segundo episódio de "Unheard & Spoken", programa de rádio do Tetine sobre poesia sonora, que inclui 3 peças minhas: "Don´t feed the poet" (2013), minha colaboração com Markus Nikolaus; minha peça "Pequeno estudo sobre a duração amorosa" (2011); e ainda "Mula" (2007/2013), minha colaboração com o próprio Tetine. Ainda: peças de No Bra, Black Future, Arrigo Barnabé, Johanna Went, Marc Almond, entre outros. Minhas peças começam a 22:56 do arquivo, mas recomendo vivamente o show todo.

.
.
.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Nesta quarta, em Berlim: Leitura com Matilde Campilho (Portugal), Andriy Lyubka (Ucrânia), Jon Sands (EUA) e performance de Cunt Cunt Chanel


Nesta quarta-feira, sexta edição do evento que organizo com Black Cracker: READING: a night of text / sound / video, desta vez no clube SchwuZ. Com a presença do ucraniano Andriy Lyubka e da portuguesa Matilde Campilho, assim como o americano Jon Sands lendo via Skype. A noite encerra-se com uma performance de Markus Nikolaus, mais conhecido como Cunt Cunt Chanel. Amostras abaixo. Também me apresento.

Sobre os poetas:

ANDRIY LYUBKA



Andriy Lyubka é um poeta e crítico ucraniano, nascido em 1987. Publicou os livros Oito meses de esquizofrenia (2007), pelo qual recebeu o prêmio destinado em seu país ao melhor livro de estreia do ano, Terrorismo (2008), a coletânea de contos Killer (2012, já traduzida para o polonês) e sua última coletânea de poemas, 40 Mangos e Uma Gorjeta por Cima (2012). Uma antologia de seus poemas foi traduzida para o alemão e publicada na Áustria, com o título Notaufnahme  (2012).

   

Seus poemas foram traduzidos para o húngaro, tcheco, polonês, alemão, inglês, russo e português, neste último caso pela renomada poeta ucraniana Vira Vovk, que vive há décadas no Rio de Janeiro, onde vem traduzindo clássicos e contemporâneos da literatura ucraniana, mais recentemente no volume 25 Poetas Ucranianos: Antologia (Rio de Janeiro: Contraste Editora, 2009), do qual foi extraída, com permissão da tradutora e do autor, a tradução abaixo. Andriy Lyubka publicou ainda em revistas como Kiyvska Russ, SHO, Vsesvit e Potyag-76. O poeta vive e trabalha em Varsóvia, na Polônia.

união

o que significa a união dos escritores
é sem falta fazer assinatura
do jornal ucrânia literária
lembrar os bons tempos soviéticos
quando havia moradias gratuitas
deixar crescer bigodes cossacos
uma vez por ano escrever um artigo
sobre a degradação espiritual da nação
em cada ocasião citar a si próprio
levar colegas para tomar um gole
enxaguando-o com um suco de tomate para dois
inflamar-se no jubileu seguinte
conseguir comer o último sanduíche
ou então embrulhá-lo no guardanapo
e meu deus em toda a vida
não escrever nada que preste

(tradução de Vira Vovk)

:

спілка

що  таке  спілка  письменників 
це  обов`язково  передплатити 
газету  літературна  україна 
згадати  про  добрі  радянські  часи 
про  безплатні  квартири 
відпустити  козацькі  вуса 
раз  на  рік  писати  статтю 
про  духовну  деградацію  нації 
при  кожній  нагоді  цитувати  самого  себе 
водити  колег  на  п`ятдесят  грам 
запивати  одним  томатним  соком  на  двох 
побухати  на  черговому  ювілеї 
встигнути  з`їсти  останній  бутерброд 
а  якщо  ні  то  завернути  в  серветку 
і  о  боже  за  ціле  життя 
не  написати  нічого  путнього


§

MATILDE CAMPILHO



Matilde Campilho é uma poeta portuguesa, nascida em Lisboa no ano de 1982. Estudou Literatura na capital portuguesa e teve poemas publicados no jornal O Globo, na página "Risco" do caderno Prosa & Verso, dirigida mensalmente por Carlito Azevedo, e no quarto número impresso da Modo de Usar & Co.É inédita em livro. Escreve em português e inglês, e trabalha também com poesia vocal em vídeo. Matilde Campilho vive e trabalha em Lisboa.



§

JON SANDS


Jon Sands é um poeta norte-americano, nascido em Cincinatti, Ohio. Publicou The New Clean (2011). Vive e trabalha em Nova Iorque. Lerá via Skype.


§

MARKUS NIKOLAUS a.k.a. CUNT CUNT CHANEL


Markus Nikolaus é um músico e poeta alemão, nascido em Erfurt em 1989. Apresenta-se com o codinome Cunt Cunt Chanel. Vive e trabalha em Frankfurt am Main.


.
.
.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

VIDEO: Domeneck & Nikolaus - "Don´t feed the poet" (live/ao vivo - Brussel / Bruxelles / Bruxelas)


Domeneck & Nikolaus - "Don´t feed the poet" (live/ao vivo - Brussel / Bruxelles / Bruxelas). 

Evento no espaço Les Ateliers Claus, também com apresentação solo de Markus Nikolaus (Cunt Cunt Chanel) e do duo Tetine. Curadoria de Hugo Lorenzetti Neto.


.
.
.


domingo, 27 de outubro de 2013

"A night out with Cunt Cunt Chanel", direção de Justin Lafreniere. Seguida de declaração de amoramigo a Markus Nikolaus.

Markus Nikolaus a.k.a. Cunt Cunt Chanel


Ontem à noite eu tive literalmente uma night out com Cunt Cunt Chanel, ou, mais exatamente, o sr. Markus Nikolaus, com quem colaborei já em duas peças sonoras e que tem se tornado uma das pessoas mais importantes em minha vida nos últimos meses, desde que nos conhecemos em janeiro. Mas esta postagem não é para falar sobre as performances lindas que tivemos juntos e com o Tetine aqui na Bélgica, ou mesmo sobre nossa night out ontem, após a performance @ Les Ateliers Claus em Bruxelas, quando fomos para a Fuse ver nosso amigo Julien Bracht, que por coincidência se apresentava na cidade também. É para mostrar este vídeo, feito pelo diretor Justin Lafreniere com meu querido Markus Nikolaus, o Cunt Cunt Chanel, num concerto que eu organizei em Berlim.




Markus, você não vai ler isso, nem sequer fala português, mas nossa amizade é uma das dádivas mais bonitas com que 2013 me regalou.


Markus Nikolaus a.k.a. Cunt Cunt Chanel - "Of all the things I cannot catch"

§

Markus Nikolaus a.k.a. Cunt Cunt Chanel - "Into Neukoelln"


.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Domeneck & Nikolaus - "Don´t feed the poet" (2013) + Info sobre as performances na Bélgica.



Colaboração com o músico alemão Markus Nikolaus (Erfurt, 1989), que se apresenta como Cunt Cunt Chanel.

Don´t feed the poet
Ricardo Domeneck

Go on, don´t
Feed the poet
Hunger sharpens
Its senses
Heartbreaks
Wake it up
Go ahead
And exile it
That´s efficient
Propaganda
For the regime
It will sing
Its lost habitat
More beautifully
Put it in a corner
Or lonely island
And ignore it
It will grow
Angry as a cancer
And call you names
Offensive names
For centuries to come
Don´t feed the poet

Don´t feed the poet

If you invite it to dinner
It wont bring any food
It wont bring any drinks
It will only bring words
And steal your feelings
To weave them in its own
Weeping and howling
It will drink your wine
It will eat your meatballs
And take your words
Stripping and spinning them
In the opposite direction
Don´t feed the poet

Don´t feed the poet

It says unpleasant things
It twists your words
Beyond recongnition
Those you use so clearly
On your daily routine
And then at the groceries
Meat suddenly is not
Just meat
And apple is no
Longer apple
But an entangling tango
With Adam and Eve
In a threesome
With Newton.
Don´t feed the poet

Don´t feed the poet

Why waste cereals
With those so far
From the spotlight
Your philantropic deeds
You generous gestures
Will go unnoticed, unsung
That´s bad publicity
The ungrateful bastards
Might even refuse
Your prizes
And question
Your intentions
Don´t feed the poet

Don´t feed the poet

It drinks too much
While you fast
It oversleeps
While you sell
It daydreams
While you produce goods
Hand can hold
It convinces you to go to bed
To bed
With him and words
It has no talent
For practical life
It wishes to pay
No taxes
It thinks his words will save him
When you finally release
The dogs and the cops
On his tail
Don´t feed the poet



Estamos na Bélgica, onde vamos dividir palco com o Tetine (Eliete Mejorado & Bruno Verner) em apresentações hoje em Antuérpia e amanhã em Bruxelas. Curadoria de Hugo Lorenzetti Neto, da Embaixada do Brasil na Bélgica. Abaixo, minha colaboração com o Tetine, "Mula", que está em seu último álbum : In Loveland With You (Slum Dunk, 2013).








.
.
.

Arquivo do blog